Conselho Europeu debate hoje "possíveis sanções" contra Minsk pelo desvio de voo e detenção do opositor russo Roman Protasevich
Os Estados Unidos juntaram-se à União Europeia para exigir a libertação imediata do opositor bielorrusso Roman Protasevich. O Conselho Europeu deverá reunir-se esta segunda-feira para debater "possíveis sanções".
Os passageiros que viajavam no voo da Ryanair entre Atenas e Vilnius descrevem o "pânico" que Protasevich sentiu quando percebeu que o avião ia ser desviado e obrigado a aterrar em Minsk.
À chegada à capital lituana, um explicava: "Começaram por tirar o jornalista do avião e depois desembarcaram os passageiros."
Outra afirmava: "Ele virou-se simplesmente para os outros passageiros e disse que enfrentava a pena de morte."
Os passageiros assistiram à detenção de Protasevich, mas constataram também que o avião seguiu caminho para a capital lituana sem a namorada do opositor bielorrusso e quatro outras pessoas, que estavam inicialmente a bordo quando o voo partiu de Atenas.
Gitanas Nauseda, presidente da Lituânia:"É preciso uma investigação exaustiva da Organização Internacional de Aviação Civil acerca de como um ato de terrorismo de Estado pode ser cometido à luz do dia."
A organização já indicou que a aterragem forçada, que o chefe do Exército bielorrusso justificou com uma ameaça de bomba a bordo, "pode constituir uma violação da Convenção de Chicago", que protege a soberania do espaço aéreo das nações.
Protasevich é cofundador da plataforma NEXTA, um meio de comunicação alternativo que teve um papel preponderante na difusão, através das redes sociais, da vaga de contestação contra a reeleição, no ano passado, do presidente Alexander Lukashenko.