Referindo-se às reações internacionais provocadas pelo desvio de um avião para deter um opositor, o presidente da Bielorrússia disse que as pessoas que desejam mal ao país ultrapassaram os limites da razão e da moral.
Alexander Lukashenko disse esta quarta-feira que “foram ultrapassadas várias linhas vermelhas” referindo-se às reações internacionais provocadas pelo desvio de um avião para deter um opositor.
No domingo, um voo da companhia Ryanair entre Atenas, na Grécia, e Vílnius, na Lituânia, foi forçado a fazer um desvio para Minsk, na Bielorrússia. A mudança de rota permitiu a detenção do jornalista e ativista Roman Protasevich e da companheira.
Na segunda-feira, a União Europeia aprovou várias medidas contra o regime bielorrusso e exigiu a libertação de Protasevich. Bruxelas pediu às companhias europeias do bloco para evitarem o espaço aéreo bielorrusso, banindo também as transportadoras da Bielorrússia na Europa.
Durante um discurso na presença de altos responsáveis do regime de Minsk, o presidente da Bielorrússia disse que as pessoas que desejam mal ao país mudaram os métodos de ataque ao Estado e ultrapassaram várias linhas vermelhas e também os limites da razão e da moral. “Já não é apenas uma guerra de informação, é uma guerra moderna e híbrida e precisamos de fazer tudo para evitar que se transforme num conflito”, disse Lukashenko.
Roman Protasevich tem de 26 anos e foi chefe de redação do canal Nexta, a principal fonte de informação nas primeiras semanas de protestos antigovernamentais, depois das eleições presidenciais de agosto de 2020.
Natalia Protasevich, a mãe do jornalista, não esconde a emoção e pede “ao mundo inteiro para salvar o filho". Diz que se trata apenas de um jovem que só queria dizer a verdade e que não fez nada de mal.