SADC debate crise em Cabo Delgado

Maputo, Moçambique
Maputo, Moçambique Direitos de autor LUSA
De  Nara Madeira com Lusa, AFP
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

SADC debate crise em Cabo Delgado, cimeira extraordinária trouxe avanços concretos, de acordo com o presidente moçambicano Filipe Nyusi.

PUBLICIDADE

A crise em Cabo Delgado constitui também uma ameaça para os países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral. A questão foi debatida em Maputo, a capital moçambicana, numa cimeira extraordinária da SADC. O objetivo é envidar esforços no combate ao terrorismo, nesta região do norte de Moçambique, que já fez centenas de milhares de deslocados e, mais de 2800 mortos. Pretende-se também garantir a paz e a segurança, duradouras no país. 

Para o presidente moçambicano, houve avanços concretos, progressos na busca de uma solução para a violência armada que dura há mais de três anos em Cabo Delgado. Filipe Nyusi afirmou que se saíram "desta cimeira mais resolutos, fortalecidos e claros dos passos concretos" que devem "dar para conter os ataques protagozinados por homens instrumentalizados por mandantes que vivem do crime organizado". Adotaram"medidas visando eliminar a raiz das ações terroristas, através do reforço da capacidade operacional das forças de Defesa e Segurança no seu combate. Segurança fronteiriça, eliminação de fontes de financiamento do terrorismo e reconstrução de infraestruturas destruídas".

Uma missão técnica da SADC visitou a região no mês passado e propõe o envio de quase 3000 militares e meios bélicos para ajudar o país no combate aos grupos armados responsáveis pelos ataques que têm semeado o terror. Foi convocada nova Cimeira Extraordinária da SADC a realizar até 20 de junho.

Quinta-feira, o ministro da Defesa português anunciava que a União Europeia está a preparar uma missão para formar forças militares de elite moçambicanas, o que prolonga o trabalho que Portugal tem vindo a fazer nos últimos anos, como frisava João Gomes Cravinho.

No terreno um imã debate-se com muitas dificuldades para tentar ajudar a população a ultrapassar não só as questões alimentares e de Saúde mas também a angústia e o desespero. A sua pequena mesquita fica perto de uma praia onde chegam, quase diariamente, barcos de pesca, carregados de gente que foge da violência. Fogem de extremistas que se batem numa luta que nada tem de religioso.

O imã Sufo Mussa explicava, à agência de notícias France Press que esses grupos terroristas não representam "o Islão, não são, de facto, o Islão". Também não são cristãos, porque é proibido a um cristão matar um ser humano, e também é proibido a um muçulmano matar outro muçulmano". Acrescentava que eles raptaram os seus irmãos, filhos que estão agora "com eles, o que é que eles estão a fazer? Estão a mobilizar-se para nos vandalizar. Agora, o que nós queremos, o que precisamos é de forças, nacionais ou internacionais, para acabar com isto. Eles têm de nos ajudar, não conseguiremos sozinhos", caso contrário não haverá mais Cabo Delgado, desabafava.

O governo iniciou, em abril uma grande incursão militar na região mas os insurgentes continuam a percorrê-la, causando o pânico, a destruição e matando moçambicanos.

Editor de vídeo • Nara Madeira

Outras fontes • Maryke Vermaak

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Dezenas de crianças sequestradas por jihadistas no norte de Moçambique

Procuram-se soluções para ajudar as populações de Cabo Delgado

Exportação de gás natural liquefeito arranca em Moçambique