Tribunal não adopta medidas coercivas contra líder da Frente Polisário

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De  Nara Madeira com AFP, AP, EVN
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Justiça espanhola não adopta qualquer medida coerciva contra líder da Frente Polisário. Brahim Ghali está no centro da crise entre Madrid e Rabat.

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A justiça espanhola não adoptou qualquer medida coerciva contra o líder da Frente Polisário. Esta terça-feira Brahim Ghali foi ouvido, por videoconferência, por um tribunal. 

Ghali está internado num hospital espanhol desde abril. Deu entrada, diz-se sob nome falso, infetado com o novo coronavírus. Sobre ele recaem várias acusações em dois processos diferentes. Entre elas a de detenção ilegal, tortura, crimes contra a humanidade e genocídio.

A presença de Ghali em Espanha criou uma crise com Marrocos. Ghali é, desde 2016, presidente da República Árabe Saaraui Democrática, ex-colónia espanhola do Saara Ocidental que Rabat anexou em 1976. Marrocos acusa Ghali, apoiado pela Argélia, de crimes de guerra.

Nas redes socias Brahim Ghali mostrava-se revoltado. "Sou contra a convocação do presidente saharaui para o tribunal... Nós somos um país e todos os países respeitam as normas diplomáticas e respeitam as personalidades diplomáticas. O presidente saharaui representa o povo saharaui. Isto é um insulto para nós e para ele e não vamos aceitar isso. __Toda a responsabilidade recai sobre os Negócios Estrangeiros do Saara", afirmava Ghali no Twitter.

A contenda, entre Espanha e Marrocos, criou uma crise migratória no enclave espanhol de Ceuta com Rabat a abrir fronteiras e a deixar passar milhares de pessoas e Madrid a fazer regressar grande parte delas. Um drama no meio de outro drama.

O primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez afirmava, na segunda-feira, que não é "__admissível que haja um governo que diz que as fronteiras são atacadas, neste caso as de Espanha, que se abram as fronteiras para que 10.000 imigrantes possam entrar, em menos de 48 horas, numa cidade espanhola como Ceuta, devido a desacordos, diferenças, discrepâncias em termos de política externa", acusações diretas a Rabat.

A problemática sobre do estatuto do Saara Ocidental opõe há décadas Marrocos e a Frente Polisário. Donald Trump, o ex-presidente dos EUA, chegou mesmo a reconhecer o território como sendo marroquino, passando por cima da ONU que admite "o direito inalienável do povo do Saara à autodeterminação" a ser decidida por referendo.

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