Optogenética dá sinais de poder recuperar a visão dos cegos

Optogenética dá sinais de poder recuperar a visão dos cegos
Direitos de autor Charles Krupa/Copyright 2020 The Associated Press. All rights reserved.
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De  Francisco Marques
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Projeto internacional de oftalmologia permitiu a um homem de 58 anos com uma doença do pigmento da retina voltar a ver objetos

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Um homem de 58 anos, cego, recuperou parte da visão graças a uma nova terapia conhecida como optogenética.

O tratamento inovador está ainda em desenvolvimento por um grupo internacional de especialistas em oftalmologia, mas já mereceu publicação na revista "Nature Medicine".

Um dos investigadores da equipa, o húngaro Botond Roska, garantiu à Euronews que a optogenética pode restaurar pelo menos parte da visão.

"É verdade que curamos apenas um por cento do olho, mas só isto permite 90% da visão. Temos é de injetar o gene no sítio exato", explicou o também diretor do Instituto de Oftalmologia Molecular e Clínica de Basileia, na Suíça.

Os cientistas trabalharam durante uma década no desenvolvimento de um tratamento da cegueira hereditária através da optogenética, uma técnica de modificação das células para produzir proteínas sensíveis à luz, apoiada no uso de uns óculos especiais.

O paciente que levou agora a celebrar o sucesso da terapia tinha perdido a visão devido a uma doença do pigmento da retina e apenas conseguia distinguir o dia da noite.

Durante o tratamento e já com a pandemia a impor restrições pelo mundo, o paciente começou a notar melhorias no dia a dia quando usava os óculos especiais em casa ou em caminhadas no exterior.

Após sete meses a usa-los, começou a perceber, por exemplo, as listas brancas das passadeiras para peões nas estradas.

Professora de oftalmologia na Universidade Sorbonne, em Paris, e parte da equipa de investigadores da optogenética, Isabelle Audo esclarece que "a perceção" do paciente "não é colorida".

"Se o colocarmos em situações da vida real, ele vai conseguir ver as linhas das passadeiras para peões nas estradas”, confirmou Isabelle Audo.

Em laboratório, o paciente conseguiu ver, localizar e tocar em pequenos objetos.

Agora, o estudo vai prosseguir com outros pacientes para testar a segurança da optogenética. A conclusão da pesquisa está prevista até 2025.

Outras fontes • Nature Medicine

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