Mundo celebra oceano "ferido na sua integridade"

Fundo marinho ao largo da Geórgia, EUA
Fundo marinho ao largo da Geórgia, EUA Direitos de autor David J. Phillip/Copyright 2019 The Associated Press. All rights reserved.
De  João Peseiro Monteiro
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

O Dia Mundial dos Oceanos, que se celebra a 8 de junho, é mais uma ocasião para lançar um alerta sobre a ameaça que pesa sobre os ecossistemas marinhos. A euronews conversou com o ministro do Mar de Portugal, Ricardo Serrão Santos, que apontou alguns dos perigos imediatos que os oceanos enfrentam.

PUBLICIDADE

A sustentabilidade dos Oceanos está ameaçada. Esta é a mensagem que a ONU vai tentar passar no Dia Mundial dos Oceanos, que se assinala esta terça-feira, dia 8 de junho.

Portugal, que assume a presidência do Conselho Europeu, associa-se à iniciativa com uma conferência ministerial sobre a Agenda Azul dos 27, "A Blue Agenda in the Green Deal".

O ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, em conversa com a Euronews, enumerou alguns dos perigos imediatos que é preciso superar:

"O oceano está ferido na sua integridade. E quando digo que está ferido, a questão da acidificação do oceano é um problema para a vida marinha, a questão do aumento de temperatura do oceano, que também leva à sua expansão térmica, a depauperação em oxigénio - quando falamos em depauperação do oxigénio não temos que pensar que é o oxigénio que respiramos, é o oxigénio que é necessário para a vida e os recursos e a biodiversidade do oceano."

Já existem muitas soluções técnicas para uma alteração de paradigma, apesar do longo caminho que há percorrer. Para Ricardo Serrão Santos, o ecossistema marítimo pode ser parte da solução:

"Isso são problemas que, de facto, hoje temos de encarar e que não se resolvem apenas no oceano mas que o oceano também pode contribuir através, por exemplo, da produção de energias renováveis que nos torne independente das energias fósseis (...) temos que passar, também, de uma perspetiva muito assente na extração para uma perspetiva mais assente na produção."

A ciência tem de dar um contributo fundamental para a mudança de mentalidades, mas esta apenas será possível pela via da educação, considera o governante:

"As políticas não se fazem sem autorização social e se queremos fazê-la com base no melhor conhecimento científico, temos de ter uma sociedade que seja ilustrada, que seja literata."

Portugal acolhe dentro de um ano a Conferência dos Oceanos da ONU, que organiza em conjunto com o Quénia. O evento estava inicialmente previsto para 2020 mas foi adiado devido à pandemia de Covid-19.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

ONU cria Década do Oceano para aumentar conhecimento da vida marinha

Poluição dos oceanos em debate na Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio

Vila francesa sofre cinco inundações em quatro meses