Autoridades de Hong Kong prendem diretor e editores do jornal pró-democracia Apple Daily. Periódico diz que liberdade de imprensa no território "está por um fio"
As autoridades de Hong Kong prenderam, esta quinta-feira, cinco editores e executivos do jornal pró-democracia Apple Daily, onde se inclui o seu diretor.
Esta é a segunda vez, em menos de um ano, que a redação do jornal é alvo de buscas por parte da polícia.
O Governo local justificou a ação policial informando que existe uma "suspeita de infração" à lei de segurança nacional.
Uma justificação contestada, já, pelo Governo do Reino Unido, que acusou as autoridades locais de estarem a utilizar a legislação para atacar "vozes dissidentes" em Hong Kong.
O chefe da diplomacia britânica, Dominic Raab, escreveu no Twitter que, à luz dos acordos de 1997, aquando da entrega do antigo território britânico, Pequim deveria proteger e respeitar a liberdade de imprensa.
O superintendente da polícia de Hong Kong, Steve Li, informou que, ao abrigo da lei, "foram congelados os ativos de três empresas: Apple Daily Limited, Apple Daily Printing Limited e Apple Daily Internet Limited. Esses ativos ascendem a um total de 18 milhões de dólares de Hong Kong".
A lei de segurança nacional foi introduzida há um ano e tem justificado uma onda de repressão generalizada contra os críticos de Pequim em Hong Kong.
Após as detenções, desta quinta-feira, o jornal Apple Daily publicou um texto, dirigido aos leitores, onde afirma que "sofre a repressão por parte do regime" e considera que a liberdade de imprensa no território "está suspensa por um fio".