Nações Unidas aprovam resolução contra junta militar de Myanmar

Nações Unidas aprovam resolução contra junta militar de Myanmar
Direitos de autor frame
Direitos de autor frame
De  Francisco Marques
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

Enviada especial da ONU para a antiga Birmânia avisa que "o perigo de uma guerra civil é real" depois do governo eleito em novembro ter sido derrubado em fevereiro

PUBLICIDADE

O golpe militar em Myanmar foi condenado esta sexta-feira pelas Nações Unidas e este sábado milhares de birmaneses pró-democracia saíram às ruas para celebrar o aniversário de Aung San Suu Kyi.

A Nobel da Paz e líder de facto do governo eleito em novembro faz 76 anos.

Aung San Suu Kyi foi detida no início de fevereiro na sequência do golpe militar que suspendeu a democracia na antiga Birmânia, mas agora a ONU, apenas com o voto contra da Bielorrússia e 36 abstenções, aprovou uma resolução para quer pressionar a junta militar que assumiu o poder a parar com a violência e a repressão no país.

A Enviada especial da ONU a Myanmar disse em Nova Iorque que "o perigo de uma guerra civil é real".

"O tempo é essencial. A oportunidade de reverter o golpe militar está a perder-se e a ameaça regional a aumentar”, alertou Christine Schraner Burgener perante a assembleia-geral da ONU, apelando aos Estados-membros para deixarem de vender armas à antiga Birmânia e com isso deixarem de "alimentar" o golpe.

Já no meio de uma crise sanitária agravada pela Covid-19, Myanmar entrou num caos social e político em fevereiro quando uma junta militar derrubou o governo eleito e prendeu muitos dos membros do executivo alegando fraude eleitoral, nunca provada.

A crise levou ainda à revolta de várias milícias armadas pelo país, o que tem agravado os casos de violência contra civis.

Em cerca de cinco meses de repressão violenta, cerca de 600 pessoas terão sido mortas no país e 6 mil detidas, estima a ONU, admitindo que pelo menos 5 mil continuem ainda atrás das grades.

A crise provocou ainda cerca de 175 mil de deslocados. Pelo menos 10 mil refugiados terão procurado asilo na Índia e na Tailândia.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Monções em Myanmar deixam cinco mortos e 40 mil deslocados

Aung San Suu Kyi recebe perdão parcial pelo Conselho de Estado de Myanmar

Myanmar assinala em chamas Dia Internacional contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas