Vaticano envia carta ao Governo de Itália onde se opõe, formalmente, a uma nova legislação que criminaliza violência e discurso de ódio contra pessoas LGBT. Santa Sé diz que infringe "a liberdade de pensamento" da Igreja Católica.
O Vaticano está a ser acusado de tentar intrometer-se nas leis de Itália relativas aos direitos LGBT depois de se opor, formalmente, a uma legislação que criminaliza a violência e o discurso de ódio contra pessoas LGBT, deficientes e a misoginia.
A lei ZAN, como é conhecida por ter sido elaborada pelo ativista Alessandro Zan, foi já aprovada pela Câmara Baixa do Parlamento e precisa agora de ser aprovada pelo Senado, onde enfrenta a oposição de partidos conservadores.
De acordo com os "media" italianos, numa carta enviada ao Governo pelo secretário de relações com os Estados, o arcebispo Paul Richard Gallagher, a Santa Sé alega que a lei infringiria "a liberdade de pensamento" da Igreja Católica, violando, por isso, o tratado estabelecido entre Itália e o Vaticano na década de 20 do século passado.
A ingerência do Vaticano alimentou, ainda mais, um debate acirrado em torno da nova legislação.