Local do crime centra homenagens nos Países Baixos. Presidente da União Europeia lança apelo
A morte de Peter R. de Vries, assassinado nos Países Baixos, está a levar muita gente a depositar flores no local onde o jornalista foi alvejado, há pouco mais de uma semana, em Amesterdão.
Mesmo quem nem sempre concordou com De Vries condena a execução de que foi alvo o jornalista especializado em crimes, que nos últimos tempos estava a colaborar na investigação a Ridouan Taghi, conhecido por ser um dos criminosos mais procurados nos Países Baixos.
"Era um homem com opinião", conta um jovem junto ao local do crime para quem "não importa" se nem sempre concordavam. "De Vries defendia a liberdade de expressão e o debate de ideias. É uma pena morrer desta forma", considerou.
Uma holandesa também ali presente disser ser "triste um homem forte que ajudou toda a gente acabar assim". "Não pode ser", lamentou.
De Vries, de 64 anos, partilhou a última publicação na rede social Twitter a 5 de julho e no dia seguinte foi atingido com cinco tiros, um na cabeça, à saída de um estúdio de televisão. Resistiu quase 10 dias no hospital. Deixa mulher e dois filhos.
Em comunicado, a família disse que o jornalista "lutou até ao fim mas foi incapaz de vencer a batalha" contra os graves ferimentos sofridos. "Morreu rodeado das pessoas que o amavam. O Peter viveu pela sua convicção: 'de joelhos não é forma de ser livre'", escreveu a família, reportando-se a uma frase famosa que o De Vries costumava proferir.
O primeiro-ministro Mark Rutte também reagiu ao crime, começando por dizer que "Peter de Vries não foi um homem fácil".
"Todos nós, nos Países Baixos, crescemos com ele nas dezenas de anos em que combateu pela justiça. Todos vimos a pessoa leal que era. Nunca desistia. Como se manteve ao lado das pessoas que ajudava. Famílias que viveram momentos terríveis, ele sempre as ajudou", destacou Mark Rutte.
Também a Presidente da Comissão Europeia reagiu à morte do jornalista neerlandês.
Ursula von der Leyen endereçou "as condolências à família" e lembrou que "os jornalistas de investigação são vitais para as democracias". "Temos de fazer tudo para os protegerer", pediu a líder europeia.
Dois homens estão detidos: um polaco, de 35 anos, suspeito de conduzir o carro da fuga e um neerlandês, de 21, o presumível atirador.