"Estamos a fazer tudo o que podemos para estarmos saudáveis"

Jogos Olímpicos de Tóquio tentam evitar surto de infeções entre atletas
Jogos Olímpicos de Tóquio tentam evitar surto de infeções entre atletas Direitos de autor AP Photo/Kiichiro Sato, Arquivo
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De  Francisco Marques
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Atleta britânica Abigail Irozuru explicou à Euronews como estão a ser os primeiros dias em Tóquio2020. A italiana Mara Navarria explica-nos o dia a dia ainda fora da Aldeia Olímpica

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As diversas equipas olímpicas estão a chegar a conta gotas a Tóquio, seguindo as regras impostas pelas autoridades do Japão para evitar a importação de casos através das comitivas que vão competir ou trabalhar no país no âmbito dos Jogos Olímpicos.

Os atletas tiveram de fazer testes à Covid antes de partir, tem de os fazer à chegada a Tóquio apresentar nos respetivos telemóveis ou computadores pessoais a aplicação informática "OCHA", fornecida pelo governo do Japão para agregar todas as informações de saúde necessárias para se entrar no país e registar diariamente o estado de saúde.

Os atletas apenas podem aceder ``a Aldeia Olímpica cinco dias antes de entrarem em prova nos Jogos Olímpicos e ali são obrigados a ficar, num género de bolha anticovid, quando não estão em competição.

Após terminarem as respetivas participações nos jogos têm 48 horas para abandonar a Aldeia Olímpica.

Mesmo com todas estas medidas, já há alguns casos positivos entre atletas em Tóquio. Não é, contudo, o caso da britânica Abigail Irozuru, atleta de salto em comprimento, com quem a Euronews falou esta terça-feira sobre os primeiros dias na capital nipónica.

"No Japão, estão a fazer tudo o que podem para garantir que não aconteça o surto de Covid-19 que muitos estão à espera. Se nós, enquanto atletas e membros das equipas, seguirmos os protocolos e as restrições... por exemplo, estamos a fazer testes todos os dias. Nós não éramos testados todos os dias nas últimas duas, três ou quatro semanas antes de virmos para os Jogos. Agora, estamos a fazer tudo o que podemos para estarmos tão saudáveis quanto possível", afirmou Irozuru.

Para os atletas que chegam mais cedo a Tóquio, foram preparados locais especiais para os acolher enquanto não podem entrar na Aldeia Olímpica. É o caso, por exemplo, da esgrimista italiana Mara Navarria.

"Ainda estou em Tokorazawa, na universidade Waseda, um campus universitário. Aqui a situação é muito mais descontraída. À parte o esfregaço do teste pela manhã e a atualização da aplicação 'OCHA', o resto do dia dividimos entre a arena e o dormitório, mas a expetativa já começa a subir, a ser mais realista, e isto é certamente a alegria dos Jogos Olímpicos", disse, de sorriso na face, a italiana, uma das favoritas às medalhas na respetiva modalidade.

A competição em Tóquio arranca já esta quarta-feira, com os torneios de futebol e de basebol, mas a abertura oficial acontece apenas na sexta-feira e os Jogos Olímpicos vão decorrer até dia 8 de agosto. Sem a presença de público nas bancadas, por motivos de segurança sanitária.

O facto de o SARS-CoV-2 ainda se manter muito ativo no país levou a que e a realização dos jogos no Japão não fosse do agrado de diversos residentes.

Alguns dos patrocinadores locais de Tóquio2020, como a Toyota, decidiram entretanto não realizar ações promocionais especificas no âmbito dos Jogos, alguns porque as provas não vão contar com o público nas bancadas.

Mesmo para a cerimónia de abertura, há diversos patrocinadores a cancelarem a presença pelo mesmo motivo.

Esta terça-feira, as autoridades de Tóquio anunciaram o registo em 24 horas de mais 1.387 infeções de SARS-CoV-2 na capital do Japão, refletindo a 31.ª semana consecutiva em agravamento de casos no quadro da Covid-19 da cidade.

Há uma semana, Tóquio registou 830 casos em 24 horas e, daí para cá, a média, sublinha o jornal "Japan Times", é de 1.180 casos diários na cidade-sede dos Jogos Olímpicos.

Cancelamento ainda é possível

De acordo com a organização dos Jogos, desde 1 de julho pelo menos 67 casos foram já registados entre as comitivas creditadas para competir ou trabalhar nos Jogos Olímpicos.

O chefe do comité organizador de Tóquio2020 admitiu hoje que o cancelamento dos Jogos continua na mesa devido à situação pandémica na cidade e no seio das comitivas olímpicas.

"Não podemos prever o que vai acontecer com o número de casos de coronavírus a aumentar. Vamos continuar a conversar se houver um surto de casos. Concordámos que de acordo com a situação deste coronavírus, iríamos voltar a ter conversações a cinco outra vez", disse Toshiro Motu, em conferência de imprensa.

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