Manifestações aquecem de tom depois do presidente do país ter suspendido parlamento, demitido o primeiro-ministro e exonerado mais dois ministros
Os EUA e a ONU pediram diálogo e calma ao governo e à oposição da Tunísia, depois do país ter entrado num novo conflito político e social.
O presidente do país Kais Saied pediu a suspensão do parlamento, demitiu o primeiro-ministro Hichem Mechichi e pediu a exoneração dos ministros interinos da Defesa e Justiça, Ibrahim Bartaji e Hasna Ben Slimane. Um conjunto de decisões que reforçaram as manifestações que já estavam a acontecer por causa da pandemia.
Este domingo, as tropas cercaram o parlamento da Tunísia e bloquearam a entrada do chefe de Estado.
A Organização das Nações Unidas pediu calma. "Pedimos a todos os interessados para se conterem e evitarem a violência e garantirem que a situação permaneça calma.", disse em conferência de imprensa Farhan Haq, porta-voz adjunto do Secretário-Geral da ONU. "Todos os atritos devem ser resolvidos através do diálogo.", concluiu.
Os EUA também expressaram preocupação com a demissão do governo pelo presidente tunisino e pediram à nação do norte da África - onde nasceu a Primavera Árabe - que permaneça calma.
"Estamos em contacto (...) com os líderes tunisinos para perceber a situação. Pedimos calma e vamos apoiar os esforços dos tunisinos para avançar de acordo com princípios democráticos.", admitiu Jen Psaki, secretária de imprensa da Casa Branca.
A Tunísia tem lutado por uma estabilidade política e económica nos últimos 10 anos. A gestão da pandemia levou ao surgimento destes protestos, numa altura em que os números de novas infeções voltaram a disparar. A reação do governo às manifestações aqueceram o ambiente nas ruas.