Traços da ocupação portuguesa em Goa têm vindo a desaparecer mas há quem lute para preservar a memória histórica do território
O estado de Goa, na costa Oeste da Índia, tem um passado intimamente ligado a Portugal mas a memória de outros tempos corre o risco de desaparecer num futuro não muito distante. O território traçou o próprio caminho após a ocupação indiana, em 1961 e, hoje em dia, os traços da influência portuguesa na construção vão dando lugar a modernos blocos de apartamentos.
Para os lusófilos de Goa, é preciso lutar para manter viva a presença de Portugal. Lorraine Alberto, é professora de português na Universidade de Goa e destaca que "esta cultura é única, a cultura de Goa, com as suas tradições, com a sua herança. É preciso mantê-la viva, é isso que devíamos estar a fazer. É a nossa missão."
A memória de Portugal não se esgota nos monumentos e pode ser ouvida sob a forma de fado. Sonia Shirsat, que nem quis aprender português quando era jovem, é hoje uma referência na cultura local e explica ao público presente o que significa cada música cantada.
A fadista sublinha a importância do fado para preservar a memória coletiva: "Penso que o fado é uma canção de Goa que fala sobre o seu passado e forma uma ponte para o futuro. É uma canção de dor mas também de esperança. Se não a protegermos, estamos a negligenciar parte da nossa história. Tirar o fado a Goa é matar uma parte do que somos e que fez de nós quem nós somos hoje."
O fado de Goa parece traçado e passa por lutar para manter viva a história do território.