Talibãs ocupam Cabul e assumem governo do Afeganistão; países ocidentais enviam militares para acelerarem a evacuação de diplomatas e aliados
Duas décadas depois de terem sido expulsos por forças militares sob comando norte-americano, os Talibãs estão de volta ao poder no Afeganistão.
Bastaram poucos dias para a ofensiva-relâmpago dos radicais islâmicos chegar à capital, Cabul.
O porta-voz dos Talibãs descreveu a tomada de poder como um levantamento popular.
"Penso num governo afegão inclusivo, é esta a exigência e a vontade do povo do Afeganistão. São eles que querem este governo, por isso trata-se de um levantamento popular", declarou Suhail Shaheen, porta-voz político e membro do comité de negociação talibã.
O presidente deposto Ashraf Ghani recorreu às redes sociais para anunciar que abandonou a capital a fim de evitar o que descreve como derramamento de sangue.
O rápido avanço das forças radicais islâmicas marca o fim da presença dos Estados Unidos e de outras forças ocidentais no país. Vários países já enviaram militares para participarem na retirada de funcionários diplomáticos.
Os Estados unidos aumentaram a presença no terreno que atinge agora cerca de seis mil militares cuja missão é garantir a segurança do aeroporto a fim de permitir a saída de ocidentais e aliados afegãos.
No domingo, centenas de pessoas desesperadas para abandonarem Cabul ocuparam a pista do aeroporto.
Informações dão conta de que os Talibãs já teriam iniciado a imposição de restrições, principalmente dirigidas a mulheres.
Está previsto um encontro de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas esta segunda-feira.