A chanceler alemã encontrou-se esta quinta-feira, em Moscovo, com o presidente russo
No último encontro com Vladimir Putin enquanto chanceler alemã, Angela Merkel disse que, apesar das diferenças, Rússia e Alemanha devem continuar o diálogo. Para além da incontornável situação no Afeganistão, a prisão do principal opositor de Putin foi também o tema em destaque no encontro
Em declarações aos jornalistas, Merkel lembrou a situação difícil de Alexey Navalny e sublinhou o facto de a decisão do tribunal sobre a prisão do opositor russo ter sido tomada com base numa sentença que o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem considerou arbitrária e desproporcional. A chanceler alemã disse que esta é uma situação inaceitável, que pediu a Vladimir Putin para libertar Navalny, e deixou claro que Berlim vai acompanhar de perto este caso.
Na resposta, Putin criticou Navalny e a sua fundação Anticorrupção, e disse que o adversário não foi detido "pelas atividades políticas", mas por "um crime contra parceiros estrangeiros".
Berlim recebeu Navalny quando ele estava em coma, há um ano, e foram os cientistas do exército alemão que identificaram o veneno utilizado, uma substância neurotóxica desenvolvida pelos militares soviéticos.
A Rússia rejeitou todas as acusações e criticou fortemente a Alemanha, acusada de ‘russofobia’ e até de ter tramado o envenenamento.
Mas Vladimir Putin teve sempre o cuidado de não atacar Angela Merkel, que conhece desde que ela assumiu o poder, em 2005.
A Alemanha “continua a ser um dos nossos principais parceiros, na Europa, no mundo, em tudo. E isso graças a si em particular”, disse hoje o presidente russo à chanceler.