Talibãs anunciam controlo do Panchir mas a resistência desmente

Talibãs anunciam controlo do Panchir mas a resistência desmente
Direitos de autor Jalaluddin Sekandar/Copyright 2021 The Associated Press. All rights reserved.
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De  Bruno Sousa
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Tropas fiéis ao anterior regime prometem que a luta contra os talibãs continua

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O vale do Panchir é o último reduto da resistência afegã, o único território do país que ainda não caiu nas mãos dos Talibãs. Esta segunda-feira, o grupo que agora controla o Afeganistão anunciou ter assumido controlo da região, congratulando-se pelo fim da guerra, mas as tropas fiéis ao anterior regime não demoraram a desmentir a derrota, assegurando que a luta contra os talibãs ainda não tinha terminado.

No resto do país, este fim de semana foi dado mais um passo rumo à normalidade com o regresso dos voos domésticos. Sair do país, por enquanto, continua uma miragem, até porque o departamento responsável pela emissão de passaportes ainda não está operacional.

Uma questão de tempo, dizem os talibãs, que garantem que "os sistemas estão todos ativos e quando os superiores derem luz verde, as pessoas poderão recolher os seus passaportes."

Já com um pé fora do Afeganistão está a Itália, que anunciou que a sua embaixada em Cabul seria transferida para Doha, no Catar, devido à falta de condições de segurança na capital afegã.

Apesar dos receios de um regresso ao passado, a realidade é que qualquer solução para o presente, e futuro, do país passa necessariamente pelos talibãs. Angela Merkel reconhece que terá de dialogar com os talibãs, uma vez que é com eles que é preciso falar para poder retirar do Afeganistão quem trabalhou para organizações alemãs e pode estar em perigo.

No que diz respeito aos Talibãs, é claro que temos de falar com eles, porque é com eles que é preciso falar agora
Angela Merkel
Chanceler da Alemanha

A mais de sete mil quilómetros de Cabul, em Paris, o medo dos talibãs também se fez sentir e centenas de pessoas juntaram-se em protesto contra a situação no Afeganistão, dizendo que "os talibãs nunca mudam".

No terreno, no entanto, há sinais de mudança e as Nações Unidas já prometeram continuar a assistência humanitária no país após uma reunião com os talibãs.

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