Julgamento "histórico" conta com 20 acusados e deverá prolongar-se até maio do próximo ano
Numa sala de tribunal especialmente construída para o efeito, França reaviva a partir de hoje o trauma nacional dos atentados terroristas de 13 de novembro de 2015 em Paris, que fizeram 130 mortos e mais de 400 feridos.
Naquele que já é considerado um processo "histórico", serão julgados 20 homens, seis dos quais à revelia. O principal acusado é Salah Abdeslam, considerado um dos cérebros dos ataques e o único dos atacantes ainda em vida.
O julgamento começou hoje e deverá prolongar-se até ao fim de maio do próximo ano, envolve mais de 330 advogados, na maioria representantes das vítimas e familiares, que constituem um total de 1800 partes civis.
Os ataques coordenados reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico marcaram um ponto de viragem nas leis antiterroristas em França.
Kevin sobreviveu ao assalto contra a sala de concertos do Bataclan. Ferido com gravidade, passou na altura seis meses no hospital.
"Quero saber porque é que o fizeram, como é que chegaram a esse ponto... E porquê o Bataclan? Porquê um concerto?"
Para além da sala de concertos parisiense, os atentados visaram um estádio de futebol e várias esplanadas de restaurantes e cafés da capital. Seis anos depois, a ferida é ainda profunda na memória coletiva francesa.