Emal ficou a saber do 11/9 pela rádio, mas não escapou à guerra

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Muitos afegãos sofreram as consequências do conflito com os EUA depois da tragédia

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Emal Ahmadi não viu os dois aviões a embater nas torres gémeas, na cidade de Nova Iorque, a 11 de setembro de 2001. Na altura, o Afeganistão estava sob controlo talibã e as televisões não eram permitidas. Ficou a saber da tragédia pela rádio.

Mas a vida de Emal - e a de muitos outros afegãos - foi moldada por esse dia e pela ‘guerra ao terrorismo’ lançada pelos Estados Unidos.

Emal sabe de cor os nomes dos dez membros da sua família que morreram no último ataque dos EUA no Afeganistão. A sua filha também perdeu a vida às mãos das forças norte-americanas, as quais, na altura, disseram que a operação teve como alvo um carro-bomba suicida, suspeito de preparar um ataque ao aeroporto de Cabul.

Emal nega, diz que foi um erro dos EUA alvejar civis, nesse ataque.

O 11 de setembro desencadeou a guerra mais longa dos EUA e também a mais mortal. Quando saíram do Afeganistão, as tropas norte-americanas tinham perdido 2.500 soldados. Do lado afegão, foram mais de 150 mil as vítimas mortais. Um recorde que contribuiu para alimentar o ódio que os EUA tentaram, ao longo de anos, derrotar.

Emal deixa agora uma mensagem aos EUA e também aos outros países:

"Não cometam erros no Afeganistão, porque o povo afegão é próximo da família. E quando se perde um pai ou um irmão, é muito difícil.", apela. 

Como antigo interprete do exército dos EUA, Emal diz que não quer vingança. Na altura tinha pedido um visto para sair do Afeganistão. Agora, conta que esses planos estão enterrados, tal como os corpos da família que viu morrer nesta guerra.

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