Reportagem exclusiva numa prisão de alta segurança em Cabul
A prisão de Pul-e Charkhi é uma instalação de alta segurança na periferia de Cabul. Foi utilizada pelos Estados Unidos durante a presença no Afeganistão. O complexo era conhecido como "Guantánamo". Agora, os talibãs são os guardas. A maioria das celas está vazia e para o grupo jihadista o lugar lembra “a humilhação e a injustiça que sofreram no passado”.
Falam em celas superlotadas e usam a palavra repugnante para descrever como os prisioneiros costumavam ser mantidos. Dizem que agora há cerca de 60 prisioneiros neste complexo. E que estão a ser tratados de forma justa.
Sharafatullah Hozaifa é o diretor da prisão. Pertence aos talibãs desde o início, acaba de ser nomeado para as novas funções e repete a mensagem que o grupo jihadista tem vindo a transmitir: tudo está perdoado e está na hora de um novo capítulo.
Mas os prisioneiros contam uma história diferente. A Euronews teve autorização para falar com um habitante de Cabul de 22 anos, através de uma porta de metal.
Mohammed diz que é inocente e que quer voltar a estar com a família. “Cada dia aqui é como um ano”, lamenta.
A família de Mohammed provavelmente não sabe onde ele está. E os guardas talibãs não disseram por quanto tempo o iriam manter na prisão. Falam de um “novo e justo Afeganistão”, onde todos são tratados de forma justa.