É preciso investir na ferrovia para travar o aumento da temperatura

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Para travar o aquecimento global, é necessário investir no comboio. O setor dos transportes é responsável por 25% das emissões de gases com efeito de estufa.

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A comissão europeia acaba de lançar iniciativa Connecting Europe Express, um comboio que deverá percorrer a União Europeia ao longo de cinco semanas.

O comboio é visto como um elemento chave para travar o aquecimento global e há um país europeu que está mais avançado do que os outros ao nível da ferrovia, a Áustria.

"Para nós, o Connecting Europe Express é um sinal, no Ano Europeu da Ferrovia, de que as viagens ferroviárias têm futuro", disse à euronews Bernhard Rieder, responsável da ÖBB - Ferrovias Federais Austríacas.

A Europa está longe do mercado único da ferrovia

Mas, na Europa há, por exemplo, vários tipos de carris o que é visto como um obstáculo técnico ao mercado único europeu da ferrovia.

"Em cada fronteira há regras, regulamentos e desafios técnicos diferentes. Isso tem que mudar!", exortou o responsável.

O sector dos transportes é responsável por cerca de 25% das emissões de gases com efeito de estufa da União Europeia. Para alcançar a neutralidade climática até 2050, Bruxelas pretende triplicar o tráfego de comboios de alta velocidade.

Na Áustria, o número de quilómetros percorridos numa via férrea por pessoa é o dobro da média europeia. Um bom resultado que se deve aos investimentos regulares em infraestruturas férreas e à frequência das ligações ferroviárias.

"Na cidade o comboio é mais agradável porque é mais rápido. Não ficamos presos em engarrafamentos. Mas também é mais ecológico, porque viajar sozinho de carro produz muito mais CO2 do que viajar de comboio", frisou uma passageira na Áustria.

Desde 2019, a companhia de caminho de ferro austríaca usa apenas eletricidade de fontes de energia renováveis. A empresa possui oito centrais hidroelétricas e uma central solar em Wilfleinsdorf.

"Esta é a primeira central fotovoltaica para energia ferroviária do mundo. Graças a sete mil painéis, a energia solar é canalizada para a ferrovia, podemos fornecer energia diretamente à nossa rede ferroviária", sublinhou Daniel Pinka, responsável da ÖBB.

As contradições da política da UE em matéria de transportes

A ONG austríaca VCÖ denuncia as contradições da política da União Europeia na área dos transportes. As viagens aéreas estão por exemplo isentas de imposto sobre combustível. Por isso os bilhetes de avião podem ser mais baratos dos que os bilhetes de comboio.

“Por um lado, adotam metas climáticas que preveem uma redução significativa dos gases com efeito estufa, e por outro continuam a dar subsídios aos transportes aéreos e aos aeroportos regionais. Isso é completamente contraditório em relação às metas climáticas. Precisamos de uma verdadeira ofensiva ferroviária", disse à euronews Christian Gratzer, responsável da Organização Não Governamental (ONG) VCÖ.

Vários países europeus têm vindo a reforçar o financiamento da ferrovia. A Eslováquia e a Hungria oferecem viagens gratuitas aos passageiros com menos rendimentos, como os idosos. A Áustria está agora a lançar um passe anual para todos os transportes públicos, por apenas 3 euros por dia.

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