Aliança EUA-Reino Unido-Austrália: Um balde de água fria para a UE

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União Europeia lamenta não ter sido informada sobre o acordo

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Como um balde de água fria, o anúncio da criação de uma aliança estratégica entre os EUA, Reino Unido e Austrália contra a China, na região do Indo-Pacífico, caiu mal na Europa.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, lamentou que o bloco comunitário não tenha sido informado a tempo nem tenha feito parte das conversas. Por outro lado, insiste que as relações transatlânticas estão a melhorar.

Mas alguns analistas, como Frederic Grare, do Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR) têm reservas: "Isto tem consequências porque é uma forma de dizer aos europeus que não têm negócios com o Indo-Pacífico e que não é um problema deles. A inconsistência é que os EUA têm pedido há muito tempo aos europeus que se envolvam mais, com a garantia de que não se trataria de uma escolha entre os EUA e a China, dando uma garantia do seu envolvimento."

Para França, o primeiro país europeu a adotar uma estratégia para a região em 2018, esta mudança tem um sabor ainda mais amargo porque caiu por terra a venda de 12 submarinos à Austrália, orçada em 34 mil milhões de euros.

O eurodeputado francês Arnaud Danjean recorreu ao Twitter para dizer que os australianos podem esperar "mais do que um atraso na conclusão do Acordo de Livre Comércio com a União Europeia."

Frederic Grare também alerta para as implicações inesperadas: "É claramente um golpe para o tipo de relacionamento estratégico que os franceses têm tentando estabelecer na região. As parcerias estratégicas antecedem o tipo de venda e contrato que caracterizam a relação entre a Austrália e França. Este contrato, sendo cancelado, significa que todo um conjunto de outras relações estão de alguma forma em perigo porque a confiança política entre os dois países foi quebrada."

Em entrevista à Euronews, o antigo Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, sublinhou que esta nova aliança não muda tanto para a União Europeia, que deve repensar a sua atitude com a China e não perder mais tempo: “Temos de redesenhar as nossas relações com a China. A China está em todo lugar, juntamente com a Turquia, aliás, e a China está a investir muito em África, endividando de forma enorme os países africanos quando se trata da China. Então, temos de parar de ser ingénuos com a China. E não vamos ouvir apenas as empresas europeias que querem lucrar na China.”

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