O centenário da favela de Paraisópolis

Segunda maior comunidade de São Paulo celebra 100 anos
Segunda maior comunidade de São Paulo celebra 100 anos Direitos de autor AP Photo
De  Francisco Marques
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Quinta maior favela do Brasil "nasceu" a 16 de setembro de 1921 de um loteamento no Morumbi, no sul da cidade de São Paulo. Tem 100 mil habitantes e falta de saneamento

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A quinta maior favela do Brasil completa um século de existência.

Paraisópolis celebra o centenário com música, jogos para as crianças e diversos espetáculos para sublinhar a diversidade desportiva e cultural da segunda maior comunidade da cidade de São Paulo.

A favela foi gerada a partir de um loteamento na região do Morumbi a 16 de setembro de 1921 pela União Mútua Companhia Cosntrutora e Crédito Popular S.A., numa altura em que o nome do local ainda se escrevia com"z": Paraizópolis.

A área tinha cerca de 10 mil quilómetros quadrados desabitados, integrava mato, plantações e pântanos.

Os cerca de 2.200 lotes foram comprados, mas os proprietários nunca os ocuparam e a zona ficou deserta salvo algumas fazendas, começando a ser ocupada na década de 50 do século XX.

Diz uma das estórias de Paraisópolis que a primeira habitação ali surgida pertenceu a Lourival Clemente da Silva, o "Louro", de Alagoas, um dos muitos imigrantes que procuraram melhorar a vida na próspera cidade de São Paulo.

"As pessoas vinham trabalhar e traziam os parentes. A região começou a ser povoada e o processo ganhou força nas duas décadas seguintes, quando começou a ter a cara do que é hoje", conta Joildo Santos, diretor da Agência Paraisópolis, citado pela BBC Brasil.

Atualmente vivem na favela cerca de 100 mil pessoas e a comunidade continua a crescer, mantendo graves problemas de saneamento, mobilidade e segurança.

Apesar dos problemas, a festa do centenário do loteamento de Paraisópolis vai decorrer durante uma semana com a realização de diversas atividades gratuitas para a comunidade e para os visitantes.

"É uma festa de comemoração desses 100 anos de luta, mas também temos muitos desafios para o próximo período, que são: retomada das obras de urbanização, melhoria da questão de educação, abertura do Parque Paraisópolis. São muitos desafios que queremos para os próximos 100 anos", afirmou Gilson Rodrigues, o presidente da União dos Moradores de Paraisópolis, citado pelo G1.

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