Numa carta enviada ao Secretário-Geral da ONU, os talibãs pedem para falar na Assembleia Geral em curso e apontam um novo representante na organização
O governo talibã do Afeganistão pediu para intervir nas reuniões da Assembleia Geral da ONU, que decorrem até à próxima segunda-feira.
O pedido foi expresso numa carta enviada ao Secretário-Geral da organização, pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros Talibã, Amir Khan Muttaqi, que também notifica a nomeação de um novo representante junto das Nações Unidas, o seu porta-voz em Doha, Suhail Shaheen.
A situação no Afeganistão é um dos grandes temas deste encontro de líderes mundiais. Um momento para refletir e tirar lições, refere o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.
"Precisamos de fazer algumas perguntas difíceis e de ter um processo exaustivo de lições aprendidas, e eu iniciei-o na NATO. Há também uma lição aprendida para toda a comunidade internacional. A NATO estava lá. Mas também a ONU, a UE, e muitos países individuais fizeram um enorme esforço ao longo de 20 anos. E todos temos de aprender algumas lições sobre o porquê do regresso dos Talibãs ao poder no Afeganistão".
É pouco provável que um membro do governo talibã venha a falar neste assembleia da ONU ou que o representante nomeado por Cabul para Nações Unidas venha a ser reconhecido.
O pedido terá de ser avaliado por um comité que não reúne nos próximos dias e autorizar essa intervenção equivalia a reconhecer o novo governo de Cabul.
Nenhum país reconheceu ainda o novo governo do Afeganistão. O Qatar, que se tornou num intermediário fundamental nas conversações entre as diversas fações afegãs, pediu na tribuna das Nações Unidas, aos líderes mundiais que mantenham o contacto com os talibãs.