Itália realiza reunião preparativa do G20 tendo a crise do Afeganistão como pano de fundo. Migração, terrorismo e apoio aos civis dominam os trabalhos
Após semanas de esforços diplomáticos, a Itália, que detém a presidência rotativa do G20 este ano, conseguiu organizar uma reunião especial para definir estratégias para enfrentar a crise afegã.
Os Direitos Humanos e a luta contra o terrorismo são algumas das questões que serão abordadas durante a reunião que terá lugar antes da cimeira de líderes do G20, agendada para o final do mês.
O governo italiano concorda que só uma ação abrangente e partilhada pode ser eficaz para resolver a crise. Roma afirmou que a violação sistemática dos direitos das mulheres torna impossível o reconhecimento do regime talibã, mas instou os governos estrangeiros a garantirem apoio financeiro aos civis afegãos.
Claudio Bertolotti, analista estratégico e diretor do grupo de reflexão START InSight explica:"Um dos principais objetivos da cimeira é abordar a gestão dos fluxos migratórios que terão um impacto em toda a região - aumentando a pressão sobre os países vizinhos, num fenómeno crescente e preocupante. Isto terá consequências tanto económicas como políticas. Mas juntamente com os fluxos migratórios, temos de ter em conta outra questão importante que é o terrorismo, tanto de um ponto de vista ideológico como de capacidade operacional. O risco é que possa alastrar para além das fronteiras nacionais atingindo não só outros países da região como toda a área do Médio Oriente e ameaçando mesmo a Europa".
A correspondente da Euronews em Itália, Giorgia Orlandi, diz: "O envolvimento da Rússia nas conversações é visto como crucial. O país está preocupado com as consequências da crise em toda a região e planeia convidar representantes dos Talibãs para as conversações internacionais sobre o Afeganistão que a Rússia planeia acolher em Moscovo no dia 20 de outubro".
Bertolotti conclui: "Se a Rússia não comparecesse ou comparecesse com uma representação de segundo nível - um delegado do presidente Putin - isso condenaria as conversações a um magro resultado e a decisões pouco práticas e pouco eficazes".