"A China e a Índia vão ter de se explicar aos países mais vulneráveis", afirma presidente da COP26

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A cimeira do clima das Nações Unidas chegou ao fim, este sábado, com um pacto menos ambicioso do que o que muitos esperavam. Países dependentes de combustíveis fósseis continuam muito reticentes em relação a uma transição ecológica. #COP26

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Pela primeira vez, uma conferência das Nações Unidas sobre o clima responsabilizou o uso de combustíveis fósseis pelas alterações climáticas. Mas o momento considerado histórico que este sábado marcou o fim da COP26, a cimeira vista por muitos como "decisiva", à maioria soube a pouco. 

Os olhos voltam-se para a China e a Índia, dois dos maiores emissores de gases de efeito estufa, com pouca vontade de mudar um modelo de desenvolvimento económico dependente do carvão. Em causa está o texto final do Pacto de Glasgow, em que, por pressão da Índia, a "eliminação progressiva" do carvão foi alterada para uma muito menos ambiciosa "redução".

No final da cimeira, o presidente da COP26, Alok Sharma, ressalvou a primeira vez que é mencionada uma condenação do recurso ao carvão, mas lembrou que "a China e a Índia vão ter de se explicar aos países mais vulneráveis ao clima, e vocês viram a reacção dos países vulneráveis ao clima a essa mudança".

Já o  secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) reafirmou a necessidade de apoiar os países em desenvolvimento na transição ecológica. António Guterres defende uma ajuda de 100 mil milhões de dólares para, de forma gradual, pôr fim ao carvão.

E a mensagem que ganha eco na União Europeia. Frans Timmermans, vice-presidente da Comissão Europeia, recordou que "estamos a falar de centenas de milhares de pessoas com empregos e é preciso dizer-lhes 'a vossa indústria não tem futuro'. E por isso temos de garantir que criamos futuros para elas, que temos uma transição justa, que fazemos investimentos suficientes em novas e outras indústrias. Isso é uma tarefa hercúlea, especialmente se formos também um país em desenvolvimento".

Esta segunda-feira, os chefes de Estado chinês e norte-americano reúnem-se por videoconferência. Xi Jinping e Biden pretendem encontrar uma forma de aplicar as medidas definidas em Glasgow e chegar a um compromisso no combate às alterações climáticas.

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