"Prosecco" ou "Prošek": Itália e Croácia disputam origem do vinho

"Prosecco" ou "Prošek": Itália e Croácia disputam origem do vinho
Direitos de autor Antonio Calanni/Copyright 2021 The Associated Press. All rights reserved
De  euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Assunto já foi levado à Comissão Europeia

PUBLICIDADE

"Prosecco" ou "Prošek": Itália e Croácia estão num debate gastronómico, cultural e agora político, depois da Comissão Europeia aceitar considerar o pedido da Croácia para dar ao vinho nacional Prošek um rótulo de nome de "Origem Protegida". Quem não gostou foram os italianos, que dizem que o nome é parecido com a palavra _Prosecco _e que isso pode confundir os consumidores.

A Croácia afirma que o nome Prošek faz parte do património nacional.

Ambos os países têm 60 dias para apresentar os argumentos. A Itália já o fez. A liderar o projeto de defesa está o vice-secretário de estado da Agricultura, Gian Marco Centinaio.

À Euronews, diz que o governo italiano quer apenas "proteger os consumidores". "Quando o consumidor encontra um Prosecco e um Prošek pode ficar um pouco confuso. Existem muitos italianos por aí que acreditam que Prošek é a tradução em inglês do Prosecco.", diz Gian Marco Centinaio. 

O antigo ministro da Agricultura e Turismo fala de uma ameaça à marca "Made in Italy", em português: "Fabricado em Itália", e diz que este não é um caso único.

“(...) É o vinho italiano mais vendido em todo o mundo, é normal que de repente se torne um assunto nacional.", diz Gian Marco Centinaio, que afirma que este "ataque" vem "diretamente" de um país localizado na Europa. "Até hoje, tivemos problemas com os chamados nomes de "sonoridade italiana" relativos a outros países fora da UE, como os Estados Unidos ou a China (...)". 

A Croácia argumenta que o nome Prošek tem séculos. Mas os comerciantes locais do vinho italiano acreditam que o rótulo croata é a versão traduzida do local de origem do Prosecco.

Luca Giavi, diretor-geral do Consórcio "Doc" da Prosecco, diz que "ainda é possível encontrar garrafas produzidas por vinicultores italianos que datam do século passado com o nome de Champagne", e que esta discussão acaba por ser a mesma coisa. "A mesma coisa aconteceu com os croatas em 1700, quando o nome que eles usavam para se referir ao seu vinho - simplesmente evocava a denominação original que está ligada ao local chamado Prosecco, que também tem o topónimo esloveno de Prošek."

Mas para falar de Prosecco é preciso falar do território onde se produz o vinho: Nas duas serras em Itália declaradas Património Mundial da UNESCO em 2019, a zona de Valdobbiadene e de Conegliano. Um argumento que para os italianos pesa contra a Croácia.

Marina Montedoro, responsável pela zona que é agora património Mundial da UNESCO diz que o reconhecimento ao vinho Prosecco "ajuda a economia, move turistas para a região durante o ano todo e faz com que Prosecco seja uma marca que já faz parte da cultura e das tradições locais". 

O vinho Prosecco é um dos produtos italianos mais vendidos no mundo. Tem vendas de 2,4 milhões de euros por ano. A maioria do vinho é exportada.

Os especialistas dizem que é muito cedo para avaliar qualquer impacto negativo. Qualquer que seja a decisão, a Itália não é o único país europeu a aguardar o resultado.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Dinamarca infringe lei ao usar termo 'feta' para queijo nacional

Vinho Novo Beaujolais 2021 já pronto a beber

Vinho ajuda turismo global a recuperar