Nacionalistas à procura de uma estratégia comum contra Bruxelas

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Direitos de autor Wojtek RADWANSKI/AFP
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De  Magdalena Chodownik
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Dezasseis dos partidos mais à direita do espectro europeu voltaram a tentar acertar passo na Polónia, mas ainda sem sucesso. Próxima reunião será em Espanha

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Rejeitar qualquer tentativa de federalismo e reverter as políticas europeias que se sobrepõem às orientações nacionais. Na Polónia, e sem qualquer representação portuguesa, a direita europeia mais extrema reuniu-se este sábado e renovou convições: quer uma "União de Nações" sem um executivo central em Bruxelas.

A declaração final é assinada por partidos como a União Nacional, de Marine Le Pen, o Fídez, de Victor Órban, e o espanhol Vox. O partido Lei e Justiça (PiS), no poder na Polónia, foi o anfintrião.

Tomasz Poręba, eurodeputado do PiS, explica que o objetivo é ter "uma União completamente diferente". Define-a como uma agregação de "países soberanos" em que "não são os dirigentes isolados na Comissão Europeia" que decidem sobre a forma como se deve viver em cada país.

O objetivo comum está definido, mas não há entendimento sobre a forma de lá chegar. A começar porque os vários partidos estão divididos entre dois grupos no parlamento europeu.

Marine Le Pen justifica a falta de acordo sobre esta matéria. Diz que é um processo mais complicado do que "registar um partido político francês", mas a líder da extema-direita na França garante que os 16 partidos europeus representados continuam a "progredir".

Objetivo político ou golpe de marketing?

À porta do edíficio, um pequeno grupo de manifestantes, marcou posição. Num cartaz gigante, classificava a reunião dos líderes populistas como o "pacto russo".

Wojciech Przybylski, um especialista em assuntos europeus, considera que a reunião não passa de uma estratégia de marketing que pretende projetar a ilusão de uma unidade que não existe.

Na opinião deste analista, este encontro teve o "objectivo de aumentar a popularidade" dos protagonistas que, "apesar de terem ideologias diversas, vão tenta permanecer juntos" para evitarem ser "redundantes nas próximas eleições para o Parlamento Europeu".

Há apenas algumas semanas, os polacos temeram e protestaram contra um possível Polexit. Este evento parece deixar a Polónia a um passo de construir uma frente nacional comum dentro da União Europeia, onde espera desempenhar um papel importante.

Apesar de não terem encontrado uma estratégia clara, os líderes presentes em Varsóvia já marcaram a próxima reunião. Vai ser em Espanha, com o Vox como anfitrião.

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