Pelo menos 27 mortos em naufrágios ao largo da Grécia na véspera de Natal

Centenas de migrantes resgatados do mar são acolhidos em Itália
Centenas de migrantes resgatados do mar são acolhidos em Itália Direitos de autor AP Photo/Renata Brito, Arquivo
Direitos de autor AP Photo/Renata Brito, Arquivo
De  Francisco Marques
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Três acidentes com barcos de migrantes em três dias ao largo da Grécia elevam balanço de fatalidades para as três dezenas. Em Itália, a Sicília permitiu um Natal em segurança a centenas de migrantes resgatados no mar

PUBLICIDADE

Pelo menos 27 pessoas morreram, esta sexta-feira, véspera de Natal, na sequência de dois naufrágios, ao largo da Grécia.

No último acidente, o alerta foi dado pelas 19h30 (menos uma hora em Lisboa). A guarda costeira grega recuperou no Mar Egeu, ao largo da ilha de Paros, pelo menos 16 cadáveres, incluindo os de três mulheres e uma criança.

Foram resgatadas com vida 63 pessoas, incluindo duas mulheres. Foram todos transportados em segurança para Paros.

As autoridades desconfiam que a embarcação terá partido da Turquia e teria como destino Itália.

A operação do Centro Conjunto de Busca e Resgate envolveu um navio de mar alto, quatro barcos e um helicóptero da marinha, uma aeronave c-130, nove embarcações costeiras e ainda envolveu uma equipa de missões subaquáticas da Guarda Costeira.

Este acidente ocorreu horas depois de um outro, em que morreram pelo menos 11 pessoas, após um veleiro ter chocado com um rochedo cerca de 235 quilómetros a sul de Atenas, perto da ilha de Anticítera, famosa pelo dispositivo ali descoberto em 1900 que ficou conhecido como o mais antigo computador mecânico da História.

O veleiro terá encalhado ainda na quinta-feira, mas nesta sexta-feira a guarda-costeira grega revelou terem sobrevivido 90 pessoas, incluindo 11 mulheres e 27 crianças, resgatados após terem passado algumas horas no rochedo.

Num balanço um pouco mais alargado, registaram-se três naufrágios em três dias ao largo da Grécia depois de um outro barco se ter afundado ao largo da ilha de Folegandros. Pelo menos três pessoas morreram, 13 foram resgatadas e relataram haver pelo menos mais 17 desaparecidas.

As buscas por sobreviventes prosseguem, ao mesmo tempo que ao largo de Itália a organização "SOS Méditerranée" recebeu autorização para o barco "Ocean Viking" poder desembarcar as 114 pessoas resgatadas há uma semana no mar.

A “luz verde” foi anunciada ao final da tarde de sexta-feira após diversos apelos de ajuda de membros da tripulação, detalhando, por exemplo, terem a bordo pelo "dois recém-nascidos e duas mulheres em sofrimento depois de terem estado à beira da morte".

Num desses apelos, a médica-chefe Rebecca Marcussen-lewis pedia um porto seguro e a resposta chegou da Sicília. O "Ocean Viking" recebeu uma prenda de Natal do porto de Trapani.

No outro extremo da Sicília, o barco "Sea Eye 4" já pôde desembarcar na manhã de sexta-feira mais de 220 migrantes resgatados também há uma semana em várias operações de socorro no Mediterrâneo.

Num balanço ao ano prestes a terminar, o "Sea Eye 4" diz ter salvado mais de 1400 vidas em quatro missões.

Num outro balanço, a Organização Internacional para as Migrações, da ONU, lamenta a morte de mais de 1500 pessoas só este ano a tentar atravessar o Mediterrâneo rumo à Europa.

Outras fontes • Ekathimerini, AFP

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Sobrevivente de barco em chamas ao largo da Grécia resgatado

Migrantes arriscam vida nos Alpes

Papa defende uma melhor integração dos refugiados na Europa