Marcelo Rebelo de Sousa, Barack Obama, Dala Lama, Emmanuel Macron e Boris Johnson, entre outros, lamentaram a morte de um dos símbolos da luta contra o "Apartheid"
A África do Sul está a preparar-se para uma enorme despedida a Desmond Tutu, o arcebispo sul-africano que recebeu o prémio Nobel da Paz pela luta contra o regime de segregação racista do "apartheid" no país e que morreu este domingo, aos 90 anos.
Foram várias as pessoas que se dirigiram, de pronto, à Catedral de São Jorge, na Cidade do Cabo, para prestar homenagem ao religioso. Ramos de flores começam desde logo a preencher a vedação em torno da antiga paróquia de Tutu, onde foi colocada uma fotografia do arcebispo.
De todo o mundo foram enviadas mensagens de pesar. De Portugal, o Presidente da República falou de do arcebispo como um "lutador maior pela justiça social, direitos humanos, liberdade e pluralismo na África do Sul."
"As marchas pacíficas que liderou mudaram mentalidades e tocaram fundo as consciências internacionais, a sua liderança na Comissão de Verdade e Reconciliação permitiu à nova democracia sul-africana uma amplitude moral e inclusiva, onde se integrava também a comunidade portuguesa", lê-se na nota de Marcelo Rebelo de Sousa, publicada no portal da Presidência.
Na rede social Twitter, a Fundação Nelson Mandela lamentou a perda "imensurável", expressando as "mais profundas condolências para Mam Leah e para a família Tutu".
O envio de condolências à família enlutada foi partilhado, também, pelo Dalai Lama, numa mensagem direcionada à filha do seu "respeitado irmão espiritual mais velho e bom amigo". "Por favor aceita as minhas mais sentidas condolências e transmite-as também à tua mãe e aos outros membros da família. Estou a rezar por ele", disse o Dalai Lama à reverenda Mpho Andrea Tutu.
O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa sublinhou que Desmond Tutu foi um patriota sem igual e um um líder de princípio e pragmatismo." O governante deixou o desejo que o espírito do arcebispo "se mantenha de sentinela."
"Um espírito universal, o Arcebispo Tutu estava alicerçado na luta pela libertação e justiça no seu próprio país, mas também preocupado com a injustiça em todo o lado", escreveu Barack Obama. O ex-presidente norte-americano lamentou ainda a morte de um mentor e de um amigo.
O presidente francês, Emmanuel Macron, garantiu que a luta de Tutu pelo fim do "apartheid" e pela reconciliação da África do Sul serão para sempre lembrados.
Um sentimento partilhado, também, por Boris Johnson. O primeiro-ministro do Reino Unido fez questão de relembrar o "irrepreensível bom humor" de Tutu.
O funeral do arcebispo Desmond Tutu está marcado para o próximo sábado, primeiro dia de 2022, na Catedral de São Jorge, a sua antiga paróquia, na Cidade do Cabo.