Hospitais franceses à beira do esgotamento

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De  Ricardo Figueira
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Nova variante do Sars-Cov2 está a causar uma catadupa de novos pacientes nas UCI dos hospitais, muitos deles (os mais graves) sem vacina.

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A nova vaga de Covid-19 causada pela variante Ómicron do vírus SarsCov-2, aliada à resistência de muitos às vacinas, está a causar novos episódios de quase esgotamento nas unidades de cuidados intensivos em França, como foi possível constatar em hospitais como o Delafontaine em Saint-Denis, nos arredores de Paris. Os pacientes de Covid ocupam mais de metade das camas destas unidades, o que retira meios a outros serviços onde são também necessários. Os médicos deixam um aviso: As pessoas devem vacinar-se.

Yohann Mourier, vice-diretor do hospital, desabafa: "Hoje, as equipas conseguem aguentar-se, porque continua a fazer sentido vir trabalhar, apesar do desencorajamento e da exaustão. A particularidade desta quinta vaga é que há equipas que estão a gastar as últimas forças que têm para tratar, sobretudo, pacientes que poderiam não ter vindo cá parar se estivessem vacinados".

Há equipas que estão a gastar as últimas forças que têm para tratar, sobretudo, pacientes que poderiam não ter vindo cá parar se estivessem vacinados.
Yohann Mourier
Vice-diretor do hospital Delafontaine (Saint-Denis, Região de Paris)

Pacientes transferidos

Em certos locais, a catadupa de chegadas aliada à falta de meios está a obrigar à transferência de doentes para outros hospitais. Por exemplo, há pacientes que chegam ao hospital de Antibes, na Côte d'Azur, que estão a ser transferidos para Lille, no Norte de França, a mais de mil quilómetros. 

Para o pessoal hospitalar, há uma sensação de déjà-vu, como diz uma enfermeira: "É difícil, porque sentimos que estamos a voltar ao que vivemos há dois anos, em que houve cirurgias que tiveram de ser anuladas. Há pacientes que não estão a ser tratados como deveriam. Sobretudo, tivemos de interromper as nossas férias para fazer face a esta nova vaga", diz.

Os números da Covid-19, em França, atingiram recordes consecutivos esta semana, em termos de novos casos e o governo anunciou medidas mais restritas para limitar a propagação do vírus. A nova variante é considerada mais contagiosa, mas também mais suave, sobretudo para aqueles que estão vacinados.

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