Abate de cavalos para proteger biodiversidade gera revolta na Austrália

Abate de cavalos para proteger biodiversidade gera revolta na Austrália
Direitos de autor AP/AP
De  Francisco Marques
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Governo de Nova Gales do Sul aprovou plano para reduzir em quase 80% a população de cavalos para proteger o ecossistema nativo num parque natural. Defensores dos animais lançam campanha de proteção dos cavalos

PUBLICIDADE

O governo de Nova Gales do Sul, na Austrália, aprovou um plano para abater cerca de 11 mil cavalos selvagens de forma a reduzir aquela população a cerca de 20% no Parque Nacional Kosciuszko.

Os promotores deste plano de gestão dos cavalos selvagens alegam que os atuais 14 mil cavalos selvagens, que alegam ser uma espécie invasora sem predadores na região, representam uma ameaça para o ecossistema nativo e consideram que reduzir a comunidade a cerca de 3 mil animais, limitados a apenas um terço da reserva é essencial para a biodiversidade local.

Um dos defensores do plano é o professor Jamie Pittock, da Universidade Nacional Australiana, que alerta para um aumento anual de 20% na população de cavalos no Parque Kosciuszko.

"A menos que seja controlada, [esta população de cavalos] vai provocar danos ambientais incalculáveis. As plantas e os animais da Austrália evoluíram ao longo de centenas de milhões de anos sem serem esmagados por animais de 400 quilos. Ninguém gosta de abater cavalos, mas infelizmente essa é a melhor das piores soluções", garante o professor.

A condenação dos cavalos à morte não é consensual. Após a apresentação no final de novembro do controverso plano de gestão dos cavalos selvagens no parque de Kosciuszko, em meados de dezembro foi lançada uma campanha de proteção dos "brumbies", como é conhecida esta espécie equídea que se tem desenvolvido livremente na Austrália.

O grupo "Advocating for Australian Brumbies" ("Defendendo os 'brumbies' australianos", em tradução livre) pretende proibir o abate a tiro dos animais e impor o respeito pelas normas do regulador nacional para a gestão animal.

O grupo sugere antes um plano de deslocalização dos cavalos com recompensas para quem aceitar acolher os animais.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Barão irlandês "entrega" propriedades à natureza

Morrer em defesa do ambiente

Surto no mundo equestre: "É uma espécie de covid-19 para cavalos"