Conflito armado em Cabo Delgado discutido em cimeira extraordinária

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De  Lusa, AFP
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A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) realiza hoje, em Lilongwe (Maláui), um encontro que vai debater a missão militar que apoia Moçambique no combate a grupos armados

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A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) realiza hoje, em Lilongwe, no Maláui, uma cimeira extraordinária que vai debater a missão militar que apoia Moçambique no combate a grupos armados em Cabo Delgado.

“A cimeira irá, entre outros assuntos, discutir o apoio para a operacionalização dos objetivos da Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique [SAMIM, na sigla inglesa] para restaurar a paz e estabilidade em Cabo Delgado”, indica um comunicado da organização.

A cimeira será presidida pelo chefe de Estado do Maláui, Lazarus Chakwera, atualmente o presidente em exercício da SADC.

O evento foi antecedido, na terça-feira, pela cimeira extraordinária da ‘troika’ de Cooperação nas Áreas de Política e Defesa da SADC, presidida pelo chefe de Estado sul-africano, Cyril Ramaphosa, que é presidente do órgão.

Na agenda dos dois eventos está o debate dos progressos da missão militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral que apoia Moçambique no combate a grupos rebeldes em Cabo Delgado.

“Devemos todos estar cientes da necessidade de continuar a combater o terrorismo em Moçambique, um país irmão”, declarou na terça-feira Cyril Ramaphosa, presidente da ‘troika’ das áreas de Política e Defesa da SADC.

Para Ramaphosa, a missão, cujo mandato terminava no sábado, deve continuar, na medida em que o restabelecimento da paz em Moçambique vai contribuir para a ambição de uma região estável.

“Estamos a notar progressos significativos no domínio da segurança, o que traz a possibilidade de um reinício de uma vida normal em Cabo Delgado […], a nossa missão é agora estender a missão no terreno, uma decisão que deve ser homologada na cimeira desta quarta-feira”, declarou.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.

Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas aos rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.

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