Forças de Paz da aliança "soviética" liderada pela Rússia foram mobilizadas pela primeira vez para ajudar o governo cazaque a reprimir os protestos violentos contra o regime
O contigente militar russo afeto à Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO) começou a retirada do Cazaquistão após a alegada estabilização da revolta popular contra o governo liderado pelo Presidente Qasym-Jomart Toqayev.
As forças CSTO foram mobilizadas para auxiliar o governo cazaque a reprimir a revolta em curso há pouco mais de uma semana e meia nesta antiga república soviética, liderada pela mesma força política desde a independência há 30 anos.
O general russo que lidera a missão da CSTO no Cazaquistão, Andrey Serdyukov, agradeceu pessoalmente aos militares o trabalho efetuado.
"Num curto período de tempo vocês conseguiram garantir segurança aos cidadãos, dar assistência para a estabilização da situação e assegurar o funcionamento tranquilo de locais vitais", sublinhou o líder da primeira missão em cenário real das chamadas Forças de Paz da CSTO.
A revolta e a consequente repressão pelas autoridades provocou mais de 160 mortos, incluindo pelo menos 18 elementos das forças da segurança.
Um dos militares cazaques que perderam a vida nos confrontos com os manifestantes mais violentos foi o coronel Sandybek Khairov. O funeral decorreu esta quinta-feira, na presença de soldados e da família do militar.
Regresso à normalidade
Em Almaty, entretanto, a cidade que se tornou epicentro da revolta, a situação começa aos poucos a voltar ao normal. Os transportes públicos e a maior parte das lojas e restaurantes estão de novo em atividade.
O Presidente manifestou, pelas redes sociais (tweet ao lado), o agradecimento aos cidadãos que manifestaram "patriotismo e unidade na luta contra os extremistas".
"Agora, o país está a entrar numa nova fase de desenvolvimento. Este será um período de verdadeira renovação. Vamos construir um Cazaquistão feliz e próspero juntos", expressou Qasym-Jomart Toqayev.
A revolta começou a 2 de janeiro no leste do país como um protesto contra os aumentos do preço do gás. O atrito subiu de tom e alastrou pelo Cazaquistão, com vários incidentes violentos em edifícios públicos, incluindo esquadras da polícia, agravando a revolta contra o regime no poder desde 1991 através, primeiro, dos partidos liderados até 2019 por Nursultan Nazarbayev e agora por Toqayev.