Português Horta Osório substitído na presidência do Credit Suisse após criar problemas

Português António Horta Osório liderou o Credit Suisse durante nove meses
Português António Horta Osório liderou o Credit Suisse durante nove meses Direitos de autor AP Photo/Alastair Grant, Arquivo
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De  Francisco Marques
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Banqueiro português terá desrespeitado pelo menos duas vezes regras de quarentena da Covid-19 e foi agora substituído por Axel Lehmann

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O português António Horta Osório demitiu-se da presidência do Credit Suisse assumindo ter "criado problemas ao banco" e "comprometido" a respetiva capacidade de "representar o banco interna e externamente".

A saída do banqueiro acontece cerca de nove meses após ter assumido o lugar e foi anunciada esta segunda-feira pelo banco sediado em Zurique e terá por base o repetido incumprimento pelo português das regras sanitárias de isolamento ligadas à pandemia de Covid-19.

Num comunicado do Credit Suisse, Horta Osório sublinhou o "trabalho duro" efetuado para "recolocar" o banco "num caminho de sucesso" e assumiu-se "orgulhoso" pelo que foi conseguido "no curto espaço de tempo" em que foi o presidente da instituição.

O português acredita que a demissão apresentada e já aceite "é do interesse do banco e dos acionistas neste período crucial".

Severin Schwan, vice-presidente do Credit Suisse, disse que o banco "respeita a decisão do António" e que lhe fica "a dever um considerável agradecimento pela liderança na definição da nova estratégia", que a instituição "vai continuar a implementar nos próximos meses e anos".

Para o lugar do português foi já anunciada, "com efeito imediato", a nomeação de Axel Lehmann. O suíço será proposto pela administração para ser devidamente eleito presidente na assembleia-geral anual marcada para 29 de abril.

De acordo com alguns meios de comunicação, os "problemas" criados por Horta Osório ao credit Suisse estão ligados ao não cumprimento de quarentenas em isolamento impostas em Inglaterra e na Suíça para travar eventuais contágios com SARS-CoV-2 após viagens.

Em julho, Horta Osório terá viajado para Londres para assistir ao torneio de ténis de Wimbledon e não cumpriu a quarentena, então obrigatória à entrada em Inglaterra.

No final de novembro, voltou a não realizar uma quarentena obrigatória ao regressar à Suíça de uma outra viagem.

As revelações foram tornadas públicas pelo jornal helvético Tages-Anzeiger, após uma investigação do próprio Credit Suisse, e pelo jornal Blick.

Horta Osório alegou na altura de que o incumprimento das quarentenas não tinha acontecido com intenção e pediu desculpa, mas ambos os casos começaram a criar atritos internos, reconhecidos pelo próprio no comunicado oficial da instituição.

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