Alto Tribunal de Inglaterra deu razão à extradição em dezembro, mas agora admitiu haver alegações da defesa do fundador do Wikileaks que devem ser analisadas pelo Supremo
Julian Assange conseguiu uma pequena vitória esta segunda-feira, em Inglaterra.
O fundador da WikiLeaks" vai poder recorrer ao Supremo Tribunal para contestar a autorização emitida em dezembro pelo Alto Tribunal de o extraditar para os Estados Unidos, onde o pretendem julgar por espionagem.
A corte tinha contrariado em dezembro a decisão de primeira instância de não extraditar Assange, com base na saúde mental e num alegado perigo de suicídio caso fosse preso nos Estados Unidos, mas admitiu esta segunda-feira a hipótese de recurso do acusado com base em alguns argumentos jurídicos da defesa que considerou válidos para serem analisados pelo Supremo.
No entanto, como o tribunal o impediu de recorrer diretamente, o Supremo ainda terá de decidir se Assange vai poder fazer-se ouvir ou não pelos juízes.
Junto ao tribunal onde foi anunciada esta decisão, em Londres, estiveram muitos apoiantes de Julian Assange, incluindo a atual companheira, Stella Morris.
O fundador da Wikileaks encontra-se detido em Londres desde abril de 2019, sob acusação de ter violado as regras da caução paga em 2010, após a Suécia ter emitido um mandato de captura relacionado a um caso de violação e que motivou a detenção de Assange.
O acusado, de nacionalidade australiana, receava ser extraditado da Suécia para os Estados Unidos, onde começou na altura a ser acusado de espionagem, por denunciar alegados crimes de guerra americanos no Iraque, e refugiou-se em 2012 na embaixada do Equador em Londres.
Quando a embaixada do Equador lhe retirou o direito de asilo, em 2019, Assange foi detido pela polícia britânica e agora incorre na extradição para os Estados Unidos.