Geórgia de olho na crise ucraniana

Sinal na fronteira entre a Geórgia e a Rússia (arquivo)
Sinal na fronteira entre a Geórgia e a Rússia (arquivo) Direitos de autor VANO SHLAMOV/AFP or licensors
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Georgianos têm bem presente na memória guerra de 2008 e temem outro conflito com a Rússia

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Com a totalidade da fronteira a norte em comum com a Rússia, a Geórgia sabe bem, tal como a Ucrânia, o que significa ter soldados russos estacionados a curta distância.

Giorgi Bolkvadze, euronews:"Estou na aldeia de Dvani. Na linha de ocupação, atrás de mim, vemos uma fronteira arbitrária, reforçada com arame farpado. Estas linhas estão a avançar gradualmente e cada vez mais territórios parecem estar sob controlo dos russos. Esta é a casa de Merab Mekarishvili, que foi queimada durante a guerra de 2008, quando a linha de divisão avançou. Ele foi proibido de restaurar a sua casa e de aí viver novamente. Teve de construir uma nova casa, 100 metros mais longe do arame farpado."

A casa atual de Mekarishvili está sob observação constante de soldados russos, estacionados numa colina a curta distância. Aqui, os residentes dizem que a ocupação continua a fazer vítimas: "Sequestram pessoas de forma obscura. Todos dizem que estavam nas suas terras privadas, quando são detidos. Muitas vezes não sabemos de onde vêem os sequestrados. Alguns dizem que foram apanhados nos seus próprios jardins ou quintais."

Goga Aptsiauri é um jornalista georgiano que trabalha há vários anos nas aldeias junto à linha de ocupação: "Já passaram 14 anos desde a guerra, mas as pessoas continuam a viver em condições difíceis. Quase todos os dias perdem terras e há pessoas sequestradas. Os soldados russos detêm-nas em lugares perto de lugares onde não há arame farpado ou qualquer sinal e acusam-nas de atravessar a suposta fronteira."

Na memória coletiva dos georgianos ainda está bem presente o conflito com a Rússia e a situação no Leste da Ucrânia veio reavivar as tensões junto à fronteira norte da Geórgia.

Tbilissi enfrenta os mesmo desafios que Kiev face a Moscovo e o país partilha do desejo de integrar a NATO.

David Zalkaliani, ministro dos Negócios Estrangeiros da Geórgia:"Enfrentamos o mesmo desafio, a ocupação, há muitos anos. O governo e o povo georgiano estão solidários com a Ucrânia e o povo ucraniano nestes tempos difíceis."

A 1300 quilómetros da fronteira ucraniana, na aldeia de Dvani, os habitantes temem outro conflito com a Rússia que leve à criação de novas linhas de divisão com a Geórgia ou outro país da região.

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