Primeiro-ministro italiano na calha para se tornar Presidente da República mas com uma crise política à espreita
A sucessão de Sergio Mattarella está a provocar uma verdadeira dor de cabeça em Itália e se Mario Draghi tem sido apontado como o candidato lógico, a sua eleição para o Quirinale arrisca provocar uma dor de cabeça ainda maior. Primeiro-ministro desde Fevereiro, trouxe estabilidade a um governo em permanente guerrilha política mas se ficar no executivo, renasce a dúvida sobre o sucessor de Mattarella.
Draghi até tem o perfil ideal para chefe de Estado, conciliador e bastante prestigiado na Europa, fruto do trabalho na liderança do Banco Central Europeu, mas se trocar o governo pelo Palácio Presidencial, coloca em risco o complicado equilíbrio de forças políticas em Itália.
Mario Draghi é uma força agregadora e Liga e Movimento 5 Estrelas já fizeram saber que não pretendem o chefe de Governo como Presidente. Elogiam o trabalho que tem vindo a desempenhar como primeiro-ministro e temem que um novo líder de governo seja incapaz de manter a união política.
Para Draghi, é agora ou nunca. A próxima eleição para Presidente é em 2029, uma eternidade política, e o mandato do seu governo termina já em 2023. Valerá a pena antecipar a crise política?