António Costa: o arquiteto da "Geringonça" que sonha com a maioria

António Costa: o arquiteto da "Geringonça" que sonha com a maioria
Direitos de autor AP Photo/Paulo Duarte
De  Catarina Santana
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O secretário-geral do PS, que marcou a campanha às legislativas com avanços e recuos nos apelos a uma maioria absoluta e possíveis apoios parlamentares, verá a sua gestão da pandemia de covid-19 escrutinada pelos portugueses.

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Arquiteto daquela que viria a ficar conhecida como a "Geringonça" portuguesa, António Costa não esqueceu a experiência com esquerda parlamentar, chegando mesmo a afirmar, na hora de celebrar a vitória nas eleições legislativas de 2019, que "os portugueses gostaram da Geringonça"

No entanto, poucos meses depois, um desafio à escala mundial veio pôr à prova a aliança política e a pandemia de covid-19 que assolou o mundo deixou sequelas na "Geringonça".

Umas vezes criticado pela gestão da pandemia, outras, elogiado, Costa viu-se obrigado a liderar o segundo mandato à frente de Portugal pautado pela gestão da crise sanitária, um caminho sinuoso convergente com as dúvidas e os anseios de Bruxelas.

Enquanto chefe de governo, o primeiro-ministro português assume a presidência rotativa da União Europeia em janeiro de 2020, para logo ser confrontado com a necessidade de fazer frente e recuperar da pandemia a 27.

Orgulhoso de ter sido o primeiro líder europeu a apresentar e ver aprovado um Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), António Costa destaca, em junho de 2021, numa entrevista ao programa da Euronews "The Global Conversation", a chegada a consenso entre os Estados-membros como um dos momentos mais difíceis da presidência portuguesa.

"Foram tempos muito exigentes do ponto de vista do combate à pandemia, sobretudo para pôr em marcha todos os Planos de Recuperação e Resiliência", revelava então o o primeiro-ministro português.

A vitória em Bruxelas viria, no entanto, a ditar uma derrota interna. Sem se entenderem quanto aos destinos dos fundos europeus, Costa não faz cedências à esquerda e os parceiros na Assembleia da República chumbam o Orçamento do Estado.

A falta de apoio parlamentar deixa o governo fragilizado. O golpe final no mandato de dois anos, era dado, dias mais tarde, pelo presidente da república, com a convocação de eleições antecipadas.

Novamente na corrida à liderança do executivo, António Costa prometeu sair de cena se não ganhasse. Em campanha, começou por mostrar pudor em falar de "maioria absoluta". Mas conhecedor da matemática da independência governativa, logo pediu aos portugueses pelo menos "metade mais um" dos assentos na Assembleia.

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