Não é claro se a obra está, ou não, a ser financiada pela União Europeia.
Na Polónia, está a ser construído um muro que pretende proteger o país e o resto da União Europeia das vagas de migrantes que entram através da Bielorrússia, que alegadamente são usadas como arma de arremesso por parte do governo do presidente Lukashenko contra as sanções europeias.
Não há certezas sobre se Bruxelas vai, ou não, participar no financiamento desta obra que custa 350 milhões de euros.
Prós e contras
Anna Michalska, da Guarda Fronteiriça polaca, não tem dúvidas sobre a necessidade desta barreira: “Para nós, é um elemento importante na proteção da fronteira. Perante esta pressão migratória, qualquer proteção é necessária. Há locais onde não são precisas barreiras físicas, porque há rios ou pântanos. Esses sítios serão protegidos de forma diferente ou haverá barreiras eletrónicas".
A barreira tem vários detratores, a começar pelos grupos ambientalistas, que temem o impacto na fauna e flora locais. Justyna Pawluskiewicz pertence ao coletivo **"Não ao muro": "**Nem toda a gente acredita que uma coisa tão estúpida como este muro possa proteger do que quer que seja, porque destrói a natureza e não ajuda em nada os humanos. A situação na fronteira só vai ficar pior por causa do muro, à semelhança do que vimos noutros países, como nos Estados Unidos ou, há muito tempo, na Alemanha. Vai cortar ao meio o ecossistema da floresta de Białowieża", diz.
Testemunho de um migrante
O fluxo de migrantes nesta fronteira continua: Shamsul Rahman atravessou há alguns meses e não tem dúvidas de que a barreira não vai impedir outros de repetir o gesto: "Todos têm o direito de proteger o seu território, a sua terra, a sua casa. Apenas acho que este muro não vai impedir os migrantes de vir. Os passadores e os migrantes escolhem outra rota. Se há uma barreira no caminho, simplesmente escolhem outra via para chegar a um país que seja melhor para viver", diz.
O governo polaco submeteu um pedido à União Europeia para assistência financeira na construção do muro. Os guardas fronteiriços polacos dizem ter fundos especialmente dedicados a esta obra, sem esclarecer qual é a fonte de financiamento. Não é claro se a Polónia tem o apoio da União Europeia e continua o debate sobre se o dinheiro europeu pode ou não ser usado para erguer um muro com arame farpado.