Governo tenta garantir água para consumo, agricultores querem medidas urgentes
Quase não chove e quase todo o sul de Portugal se encontra em situação de seca extrema. Todo o país aliás terminou o mês de janeiro num contexto de seca generalizada.
O governo limitou a duas horas por semana a produção hidroelétrica de cinco barragens para garantir que não falta água para o consumo humano. De resto, é esperar que as previsões meteorológicas, que em termos de precipitação não ajudam ao cenário, não venham a corresponder à realidade.
O ministro do Ambiente, Matos Fernandes, admitiu que "sim, é verdade que existe uma probabilidade de 80% de este vir a ser um ano seco. Mas é também verdade que, se em março e abril chover normalmente, poderemos inverter esta mesma situação".
As restrições vão durar, pelo menos, até 1 de março. Para desespero de alguns agricultores e produtores, impõe-se também a proibição de retirar água para rega da barragem do Bravura, no Algarve, e poderá vir a acontecer o mesmo na da Vigia, no Alentejo.
"O que me preocupa fundamentalmente é que isto tem 9 milhões de metros cúbicos e devia ter quase 18 milhões de metros cúbicos. Precisamos de períodos de chuva que reforcem este volume armazenado", afirma Luís Bolhão, da Associação de Irrigadores da Vigia.
Esta quarta-feira assinala-se o dia internacional das áreas protegidas conhecidas como zonas húmidas, essenciais para a biodiversidade e que ocupam quase 2% do território nacional. Só que, dada a situação de seca, de acordo com a organização ambientalista Zero, 77% dessas zonas correm o risco de desaparecer.