União Europeia mantém suspensão da formação de soldados na República Centro-Africana enquanto paramilitares russos beneficiarem destes elementos.
A União Europeia mantém a suspensão, temporária, da formação de soldados na República Centro-Africana.
A decisão será revista quando houver garantias de que as unidades a formar não serão utilizadas pela empresa russa de segurança privada, Wagner.
Em dezembro, o comandante da missão, o General francês Jacques Langlade de Montgros. tinha anunciado a suspensão devido ao controlo exercido pelos mercenários sobre as forças armadas do país.
Também no final do ano passado, cerca de 70 instrutores europeus regressaram, temporariamente, a casa. Permanecem no país cerca de uma centena de militares europeus, que fazem parte de conselhos estratégicos do Exército.
Várias centenas de paramilitares russos, que lideraram uma contra-ofensiva maciça ao lado do exército do país, soldados centro-africanos e rebeldes, foram acusados de violações dos Direitos Humanos pelas Nações Unidas.
A Rússia reconhece a presença de 1.135 "instrutores desarmados" no país. Mas o que preocupa o bloco forte europeu _"_são os mercenários (...) que não respeitam os valores republicanos defendidos pelo presidente" do país, afirmava o Vice-Almirante Bléjean.
O Grupo Wagner está, há vários anos, envolvido em polémica por "acções de desestabilização" na Ucrânia, Líbia, Sudão, Moçambique e Mali. Em dezembro, foi mesmo alvo de sanções pela UE.
Aparentemente, o núcleo de mercenários apoiado pela Rússia terá já retirado da República Centro-Africana dezenas de efetivos. Paramilitares que estarão a ser mobilizados para não muito longe daquele que poderá ser o próximo terreno de batalha: a fronteira entre a Ucrânia e a Rússia. Outros militares russos estarão a preparar-se para abandonar o continente africano, em breve.
A República Centro-Africana está em guerra civil desde 2013.