Cidade de Slovyansk ainda tem muito presente o conflito com os separatistas pró-russos

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Direitos de autor AP Photo/Vadim Ghirda
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Cidade foi tomada por separatistas em 2014 e ainda sofre com as as cicatrizes do passado

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Enquanto o mundo se prepara para uma possível invasão russa na Ucrânia, há cidades ucranianas que ainda têm muito presente o último conflito no leste do país com separatistas pró-russos. É o caso de Slovyansk.

Esta cidade próxima da fronteira com 110 mil habitantes foi o palco de intensos combates em 2014.

"A minha mãe ligou e disse 'não vais a lado algum, Slovyansk foi tomada', conta Vlada Lysenko, ativista que na altura tinha 15 anos. Separatistas apoiados pela Rússia tinham assumido o controlo da cidade.

"As pessoas estavam dentro da esquadra com armas automáticas e uniformes. Não conseguíamos entender o que estava a acontecer. Havia pneus e barricadas", conta a ativista e prossegue: "Evitámos todos os prédios de vários andares porque havia atiradores em cima. Tentámos não estar em espaços abertos, porque não sabíamos quando uma bala viria."

Foram precisos três meses para as Forças Armadas Ucranianas recuperarem Slovyansk. Os separatistas apoiados pela Rússia mudaram-se para o sul, onde lutam até hoje.

Em toda esta região, os sinais de uma guerra que começou há 8 anos ainda são muito visíveis. Mas o que é ainda mais claro é o quão este conflito moldou as pessoas daqui.

Roman tinha 20 anos quando foi atingido na linha de frente.

"Era uma pessoa tímida e quieta. Mas ele tinha algo diferente", conta à Euronews Olena Naprialho, mãe de Roman.

Ela diz que o filho "tinha sentido de responsabilidade pelos outros e estava moralmente pronto para proteger a Ucrânia". "Ele disse: mãe, se não for eu, quem?", recorda-nos Olena.

Cinco anos depois, Olena Naprialho ainda sofre com a morte do filho, mas diz que Roman morreu por um bem maior.

"É óbvio que as mortes de jovens são tristes e muito dolorosas. Mas a independência da Ucrânia vale a pena", diz.

São muitos os habitantes de Slovyansk que acreditam que a Ucrânia ainda não se libertou verdadeiramente, passada quase uma década de conflito.

De acordeão na mão, no jardim da cidade, há quem tenha esperança numa reconciliação. "Sou pela amizade. Pode julgar-me o quanto quiser, mas sou a favor da amizade. Conheço muito bem a Rússia. Conheço muito bem a Ucrânia. E pessoas são pessoas. Não é culpa das pessoas", diz, em desabafo, uma habitante de Slovyansk.

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