Rússia diz ter eliminado sabotadores oriundos da Ucrânia e regiões separatistas continuam a retirada de civis. Ucrânia desmente todas e quaisquer ofensivas
Há uma nova "guerra fria" em curso, uma versão 2.1, desta vez incluindo também o que parece ser a primeira verdadeira guerra de desinformação do novo milénio.
No leste da Ucrânia, sucedem-se as acusações de parte a parte de violações do cessar fogo incluído nos acordos de Minsk.
O que é verdade e o que não é, é difícil verificar. Por um lado, há as denúncias americanas sobre eventuais ou iminentes ações da Rússia na Ucrânia e, por outro, os desmentidos de Moscovo com acusações a Washington e à NATO de pretenderem alargar o domínio até às portas da Rússia.
No terreno, por fim, o subsiste é um conflito separatista dentro do território da Ucrânia, onde dois grupos rebeldes pretende formar Repúblicas Populares Autónomas de forte ligação à Rússia.
As últimas notícias dão conta de que a Rússia alega ter eliminado na fronteira um grupo de cinco sabotadores oriundo da Ucrânia. O que, de acordo com a agência TASS, terá acontecido em Mityakinskaya, na região de Rostov, não muito longe da cidade de Luhansk, num dos territórios ucranianos agora controlado por separatistas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano assegurou pela rede social Twitter que "a Ucrânia não atacou Donetsk ou Luhansk, não enviou sabotadores para a Rússia, não bombardeou território russo, não bombardeou postos fronteiriços russos nem organizou atos de sabotagem". "A Ucrânia não planeaou nenhuma dessas ações", sublinhou Dmytro Kubela.
No sábado, a equipa de observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) anunciou o registo de mais de 1500 violações do cessar fogo em 24 horas, incluindo a morte de um civil confirmada em Marinka e o bombardeamento de uma escola Vrubivka, ambos os casos no lado controlado pelo governo ucraniano nas regiões de Donetsk e Luhansk.
Do lado controlado pelo separatistas e onde a missão de observadores da OSCE diz ter os movimentos limitados, continuam a ser difundidas imagens da retirada de civis para a Rússia de eventuais zonas para onde, dizem, está a ser preparada pelas forças armadas ucranianas uma ofensiva. Algo que Kyiv também já desmentiu.