"Guerra Fria 2.1": As acusações, os desmentidos e os factos no leste da Ucrânia

Soldado ucraniano numa trincheira perto de Zolote, no leste da Ucrânia
Soldado ucraniano numa trincheira perto de Zolote, no leste da Ucrânia Direitos de autor AP Photo/Evgeniy Maloletka
De  Francisco Marques
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Rússia diz ter eliminado sabotadores oriundos da Ucrânia e regiões separatistas continuam a retirada de civis. Ucrânia desmente todas e quaisquer ofensivas

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Há uma nova "guerra fria" em curso, uma versão 2.1, desta vez incluindo também o que parece ser a primeira verdadeira guerra de desinformação do novo milénio.

No leste da Ucrânia, sucedem-se as acusações de parte a parte de violações do cessar fogo incluído nos acordos de Minsk.

O que é verdade e o que não é, é difícil verificar. Por um lado, há as denúncias americanas sobre eventuais ou iminentes ações da Rússia na Ucrânia e, por outro, os desmentidos de Moscovo com acusações a Washington e à NATO de pretenderem alargar o domínio até às portas da Rússia.

No terreno, por fim, o subsiste é um conflito separatista dentro do território da Ucrânia, onde dois grupos rebeldes pretende formar Repúblicas Populares Autónomas de forte ligação à Rússia.

As últimas notícias dão conta de que a Rússia alega ter eliminado na fronteira um grupo de cinco sabotadores oriundo da Ucrânia. O que, de acordo com a agência TASS, terá acontecido em Mityakinskaya, na região de Rostov, não muito longe da cidade de Luhansk, num dos territórios ucranianos agora controlado por separatistas.

O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano assegurou pela rede social Twitter que "a Ucrânia não atacou Donetsk ou Luhansk, não enviou sabotadores para a Rússia, não bombardeou território russo, não bombardeou postos fronteiriços russos nem organizou atos de sabotagem". "A Ucrânia não planeaou nenhuma dessas ações", sublinhou Dmytro Kubela.

Rússia para imediatamente a vossa fábrica de produção de notícias falsas.
Dmytro Kuleba
Ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia

No sábado, a equipa de observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) anunciou o registo de mais de 1500 violações do cessar fogo em 24 horas, incluindo a morte de um civil confirmada em Marinka e o bombardeamento de uma escola Vrubivka, ambos os casos no lado controlado pelo governo ucraniano nas regiões de Donetsk e Luhansk.

Do lado controlado pelo separatistas e onde a missão de observadores da OSCE diz ter os movimentos limitados, continuam a ser difundidas imagens da retirada de civis para a Rússia de eventuais zonas para onde, dizem, está a ser preparada pelas forças armadas ucranianas uma ofensiva. Algo que Kyiv também já desmentiu.

Outras fontes • AP, AFP, Tass

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