Serviços sociais suecos combatem campanha de notícias falsas.
"Parem de raptar os nossos filhos". Foram estas as palavras de ordem de dezenas de pessoas que se manifestaram em Estocolmo, a capital da Suécia, no início de Fevereiro. Dizem que os serviços sociais suecos estão a tirar os filhos das famílias muçulmanas, para os manterem afastados do Islão.
As autoridades suecas defendem-se dizendo tratar-se de uma campanha de desinformação em massa.Tudo começou no final de 2021 num site islâmico, onde constam vídeos que mostram crianças em lágrimas ao serem separadas dos pais por funcionários dos serviços sociais do país. Imagens divulgadas sem praticamente nenhum contexto.
Os vídeos vieram acompanhados de acusações de que a Suécia estaria a travar uma "guerra contra o Islão", colocando as crianças com pedófilos, obrigando-as a comer carne de porco e a beber álcool. As denúncias de que o país país nórdico seria um Estado fascista tornaram-se virais nas redes sociais. Alguns meios de comunicação social tanto do mundo árabe como ocidentais tiveram acesso a estas acusações.
As autoridades suecas falam de exagero, de casos tirados do contexto e de uma campanha de desinformação bem montada, mas de acordo com as estatísticas existe um núcleo de verdade já que nos últimos anos foram colocados mais filhos de imigrantes ao cuidados do Estado sem o consentimento dos pais do que filhos de cidadãos suecos.
Outra razão é que algumas famílias de imigrantes estão menos dispostas a aceitar a ajuda de assistentes sociais. Os casos estão agora a ser investigados. Os críticos apelam às pessoas para que coloquem as emoções de lado neste debate acalorado e a ignorarem eventuais problemas com os serviços sociais na Suécia.