Invasão russa pode ter já feito centenas de mortes

Continua a invasão russa à Ucrânia com o presidente Putin a pedir apoio aos militares ucranianos
Continua a invasão russa à Ucrânia com o presidente Putin a pedir apoio aos militares ucranianos Direitos de autor Vadim Zamirovsky/Copyright 2022 The Associated Press. All rights reserved.
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A invasão russa à Ucrânia pode ter já feito centenas de mortes e a guerra começou há apenas dois dias.

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São os dias mais dramáticos que a Europa vive desde a II Guerra Mundial. As tropas russas estão já na capital da Ucrânia. Tiros e explosões, que se ouviam já muito perto do parlamento, em Kiev, acabaram com o sossego da população que vivia, há muito, com esta ameaça a pairar sobre a cabeça. As imagens que chegam do terreno mostram prédios danificados pelos bombardeamentos aéreos e populações em fuga.

O Presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, relatava cinco explosões numa área perto de uma grande central eléctrica, na periferia oriental da cidade. Ainda assim, não tinham sido comunicadas falhas de energia eléctrica.

As mortes e deslocados provocadas por uma guerra anunciada

Fala-se em centenas de baixas mas as informações que chegam do terreno são pouco precisas e divergem entre a informação veiculada pelas forças russas e as ucranianas. As segundas, oficiais, falavam em pelo menos 137 mortes do seu lado e reclamavam centenas do lado russo. Moscovo não fala em números. Funcionários das Nações Unidas reportavam pelo menos 25 mortes entre os civis, na sua maioria devido aos bombardeamentos e ataques aéreos, e diziam acreditar que 100.000 pessoas deixaram as suas casas, o número de deslocados pode chegar, dizem aos quatro milhões se os combates se intensificarem.

Volodymyr Zelenskyy desapontado com o Ocidente

Esta sexta-feira, o presidente ucraniano mostrava-se desapontado pela forma como a comunidade internacional está a reagir. As sanções dos EUA e União Europeia são tardias e nesta altura não chegam. Volodymyr Zelenskyy afirmava que "quando as bombas caem sobre Kiev", estão a cair sobre a Europa, não apenas na Ucrânia", "Quando os mísseis matam os ucranianos estão a matar todos os europeus".

O presidente russo apelou ao exército ucraniano para retirar o apoio ao governo ucraniano, parar de resistir e tomar o poder, isto quando as tropas de Kiev se batem, na capital do país, contra as tropas russas e em defesa da Ucrânia, naquele que é o segundo dia do maior conflito terrestre na Europa desde a Segunda Guerra Mundial e que já terá matado dezenas de pessoas.

Ainda assim, e depois de falar com o presidente dos EUA Zelenskyy mostrava-se mais confiante.

Durante a reunião de sexta-feira do Conselho de Segurança Vladimir Putin afirmava, sem apresentar provas, que a maioria das unidades militares ucranianas estão relutantes em se envolverem com as forças russas, acrescentando que as queestão a oferecer resistência são, na sua maioria, batalhões de voluntários compostos por "nacionalistas ucranianos de direita". O chefe de Estado acusava as forças ucranianas de enviarem armamento pesado para áreas urbanas de várias grandes cidades, incluindo Kiev e Kharkiv, para usar civis como escudos.

Moscovo está disposto a negociar com a Ucrânia mas em Minsk

O Kremlin diz que as perspectivas de possíveis conversações de paz entre a Rússia e a Ucrânia parecem incertas devido a diferenças aparentes sobre o local onde estas poderão decorrer.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, explicava que o presidente russo concordou em enviar uma delegação para conversações com ucranianos em Minsk, na Bielorrússia, país aliado de Moscovo. Mas, e de acordo com a mesma fonte, os responsáveis ucranianos dizem não estar dispostos a viajar para Minsk e prefeririam reunir-se na Polónia, membro da NATO.

O Kremlin dizia-se, esta manhã, pronto a aceitar a oferta de Kiev para se sentar à mesa das negociações, porque a Ucrânia admitia pôr de parte algumas das suas intenções, mas a incursão militar prossegue.

Esta tarde, a televisão estatal chinesa, CCTV, divulgava a informação de que o presidente russo, Vladimir Putin, teria dito ao seu homólogo chinês, Xi Jinping, que Moscovo estava disposto a negociar com a Ucrânia, isto apesar de as forças russas continuarem a invadir o país vizinho.

Uma informação avançada após o Kremlin afirmar que o governo russo está a considerar a oferta do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, para renegociar o estatuto de não-alinhado para o seu país.

Foi em dezembro de 2014 que a Ucrânia renunciou ao estatuto de país não-alinhado com o objetivo de se aproximar da NATO. Uma decisão tomada após a anexação da península ucraniana da Crimeia pela Rússia e do conflito com os rebeldes separatistas pró-russos no leste do país.

A posição do chefe de Estado chinês é a de que "apoia a Rússia e a Ucrânia na resolução do problema através de negociações", de acordo com a CCTV.

Putin apelava, terça-feira, ao reconhecimento da Crimeia como território russo

Vladimir Putin apelava, no início da semana, ao reconhecimento internacional da Crimeia como parte da Rússia e ao fim da intensão de adesão da Ucrânia à NATO que, diz, deve assumir um "estatuto neutro", bem como à suspensão do carregamentos de armas para este país.

O chefe de Estado referia que a anexação da península da Crimeia foi o reflexo da escolha da população local e comparava a situação ao voto a favor da independência do Kosovo. Isto apesar desta tomada de posição, pela força, ter sido e continuar a ser, condenada por boa parte da comunidade internacional.

Também esta sexta-feira, Putin lançava ameaças à Suécia e Finlândia, que participaram numa cimeira especial da NATO sobre o conflito. Se os dois países quiserem aderir à Aliança Atlântica haverá consequências.

Reino Unido vai levantar sanções contra Vladimir Putin e Sergey Lavrov

O primeiro-ministro Boris Johnson disse, esta sexta-feira, que o Reino Unido irá introduzir sanções contra o presidente russo e o ministro dos Negócios Estrangeiros para infligir o castigo máximo pela invasão da Ucrânia. Informação avançada por Downing Street.

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O chefe do executivo britânico voltava a pressionar os países da NATO no sentido de uma ação imediata para excluir a Rússia do sistema SWIFT de transações financeiras. Johnson afirmava que "o mundo deve fazer com que o Presidente Putin falhe neste ato de agressão".

Itália aprova reforço de forças da NATO na Letónia

O Gabinete do Primeiro-ministro Mario Draghi aprovou, formalmente, a participação de 250 forças militares italianas e 139 veículos terrestres para reforçar a presença militar da NATO na Letónia, bem como o policiamento aéreo, com cerca de 12 aviões atualmente destacados na Roménia, patrulhas aéreas, entre outras coisas.

O executivo aprovou também o destacamento de 235 militares, a bordo de dois ou três navios da Marinha, e um avião como parte de uma campanha de vigilância e recolha de informações no Mediterrâneo oriental e no Mar Negro.

Sérvia desafia União Europeia e EUA

Apesar dos apelos da União Europeia e dos EUA, para se juntar às sanções contra a Rússia, a Sérvia continua a ser um dos poucos países europeus a não fazê-lo.

Isto apesar de o seu presidente já ter afirmado que a agressão de Moscovo à Ucrânia vai contra o Direito Internacional. "A Sérvia respeita as normas do direito internacional", afirmava Aleksandar Vucic, mas "também compreende os seus próprios interesses". Vucic adiantava que a Sérvia considera a violação da integridade territorial da Ucrânia como "muito errada", acrescentando que, ainda assim, não se vai juntar às sanções internacionais.

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Apesar de procurar, formalmente, aderir à União Europeia, a Sérvia tem vindo a reforçar os laços com a sua aliada tradicional, a Rússia. Moscovo tem fornecido armas às Forças Armadas sérvias o que tem aumentado a tensão nos Balcãs, que passaram por uma guerra civil sangrenta nos anos 90.

Bielorrússia tornou-se "um porta-aviões" para os militares russos

A líder da oposição bielorussa no exílio diz que a União Europeia deveria impor sanções mais duras à Bielorrússia pelo seu papel na invasão russa à Ucrânia. Sviatlana Tiskhanouskaya diz que o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, um aliado próximo da Rússia, transformou o seu país em "agressor" para a Ucrânia.

À Associated Press Tiskhanouskaya afirmava que a Bielorrússia se tornou "um porta-aviões" para os militares russos, transportando tropas para a Ucrânia, reabastecendo a sua máquina de guerra e alojando soldados da força invasora.

Albânia pronta para acolher refugiados ucranianos

O primeiro-ministro da Albânia disse, esta sexta-feira, que o pequeno país dos Balcãs Ocidentais está disponível para acolher refugiados ucranianos. Uma informação avançada por Edi Rama no final da cimeira da NATO.

A Albânia, membro da NATO desde 2009, tem seguido os EUA e a União Europeia na sua posição de contestação da invasão russa à Ucrânia.

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O país foi o primeiro a oferecer abrigo e albergou depois cerca de 2.400 deslocados afegãos após a chegada ao poder dos Talibãs em agosto do ano passado. Cerca de 300 já partiram, a maior parte para os EUA.

Comité Olímpico Internacional acusa Rússia de violar "Trégua Olímpica"

O Conselho Executivo do Comité Olímpico Internacional (COI) reiterou, esta sexta-feira, a condenação "à violação da Trégua Olímpica pelo governo russo e o governo da Bielorrússia".

Num comunicado o COI esclarecia que a resolução da ONU, adoptada pela Assembleia Geral a dois de dezembro de 2021, por consenso dos 193 Estados membros, definia uma "Trégua Olímpica" para o período de sete dias antes do início dos Jogos Olímpicos e sete dias após o seu encerramento. Resolução que foi violada pela Rússia.

Por isso, o COI instava "todas as Federações Desportivas Internacionais a deslocalizarem ou cancelarem" eventos desportivos planeados para a Rússia ou Bielorrússia.

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