Kiev pede ao braço jurídico da ONU o fim da guerra mas é pouco provável que Moscovo cumpra efetivamente qualquer resolução
O Tribunal Internacional de Justiça começou a analisar a queixa apresentada pela Ucrânia, que acusou a Rússia de os invadir com base em falsas alegações de genocídio.
A primeira sessão em Haia foi realizada sem a presença de qualquer representante da Federação Russa, numa ausência lamentada pela juíza que preside o Tribunal, Joan Donoghue, mas nem por isso os ucranianos deixaram de dar a conhecer o seu lado da questão.
Anton Korynevych, representante da Ucrânia na sessão de abertura do processo, argumenta que "a Rússia reconheceu a jurisdição deste tribunal na Convenção do Genocídio. Agora viola essa convenção para matar ucranianos e destruir o país. A Rússia tem de ser travada e este Tribunal tem um papel a desempenhar para isso acontecer."
Kiev pede ao braço jurídico da ONU uma decisão que ordene à Rússia o fim da operação militar que resultou na invasão da Ucrânia, mas mesmo que isso aconteça, é pouco provável que Moscovo cumpra efetivamente a resolução. Num cenário de incumprimento, o caso é remetido para o Conselho de Segurança da ONU, onde a Rússia tem direito de veto.