UE teme efeitos da guerra na Ucrânia nos países dos Balcãs Ocidentais
Nos arredores de Viena, soldados austríacos da missão europeia EUFOR treinam na identificação de minas e costumes locais, poucos dias antes de partirem para Sarajevo.
A União Europeia receia que a guerra na Ucrânia se alastre para os Balcãs Ocidentais.
Com a colaboração da Áustria, principal contribuidora em termos de tropas, a missão europeia na Bósnia-Herzegovina está praticamente a duplicar o contingente, para um total de 1100 militares.
Karl Wolf, coronel das Forças Armadas Austríacas:"Devido às circunstâncias, em que todos estão a seguir as notícias do que está a acontecer na Ucrânia, os países decidiram enviar forças de reserva para a Bósnia."
Desde o conflito armado dos anos 90, a Bósnia-Herzegovina é composta por duas entidades: a República Sérvia da Bósnia e uma federação croato-muçulmana.
A Republika Srpska anseia pela independência e tem avançado com planos para instituir o seu próprio Exército e sistema judicial.
As boas relações entre os sérvios da Bósnia e Moscovo fazem temer uma situação semelhante a da Ucrânia.
Valentin Inzko, ex-alto representante internacional para a Bósnia-Herzegovina:"O objetivo da República Sérvia da Bósnia é construir estruturas estatais e depois, no momento certo, declarar a independência."
Para evitar outro conflito armado, o antigo Alto Representante Internacional para a Bósnia-Herzegovina defende uma aceleração da candidatura de Sarajevo à União Europeia.
Para Valentin Inzko, o processo de alinhamento já dura há demasiado tempo.
Valentin Inzko, ex-alto representante internacional para a Bósnia-Herzegovina:"No próximo ano, é o trigésimo aniversário da promessa feita aos países dos Balcãs de lhes dar uma perspetiva europeia. Mas em vez de uma perspetiva, é uma miragem, se nem sequer obtêm o que foi prometido há 30 anos. Pedimos, por escrito numa carta, que a aproximação da Bósnia-Herzegovina à União Europeia seja acelerada e simplificada."
No curto prazo, Inzko defende que as forças de manutenção da ordem na Bósnia sejam reforçadas de 1000 para pelo menos 5000 soldados.
Johannes Pleschberger, euronews:"A principal missão dos militares é garantir a segurança na Bósnia. No entanto, o sentimento entre a população, que é regularmente controlado por unidades especiais, está a deteriorar-se. Mas mantém-se a esperança de que os horrores dos anos 90 não sejam repetidos."