A relação franco-germânica e as eleições presidenciais francesas

Emmanuel Macron & Olaf Scholz
Emmanuel Macron & Olaf Scholz Direitos de autor Tobias Schwarz/AP Photo
De  Euronews
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A invasão russa da Ucrânia alterou o fortaleceu o posicionamento francês em relação à Defesa e Segurança e a Alemanha mudou, drasticamente.

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O motor franco-alemão, tem vindo a desgastar-se ao longo de muitas crises, nos últimos anos. Com as questões mais sensíveis de divisão entre Paris e Berlim a serem a Defesa e a Segurança.

Mas entretanto, a 24 de fevereiro, a Rússia invadiu a Ucrânia, e as posições de Paris começaram a fortalecer-se e as de Berlim mudaram drasticamente. Mudanças que começaram a sentir-se já nos dias que antecederam a incursão.

Raphael Loss, porta-voz das relações externas do Conselho Europeu explicava que houve uma "intensa coordenação - com o objetivo de enviar a mesma mensagem a Vladimir Putin e ao Kremlin que, em última análise, não foi eficaz", mas isso mostrou que "há uma coordenação profunda num campo problemático no passado, para os europeus, nomeadamente a cooperação em matéria de Defesa e Segurança".

Desde a invasão, França tem enviado equipamento militar, na maior parte das vezes sem o divulgar, para a Ucrânia, e acelerado o destacamento de tropas para reforçar o flanco oriental da NATO, onde os pilotos franceses também têm vigiado os céus.

Já em Berlim, e no meio de protestos crescentes, o novo governo alemão mudou as regras. Olaf Scholz, o chanceler germânico, anunciava o envio de "__armas de defesa para a Ucrânia" e um investimento anual de _"mais 2%"_do PIB na Defesa. Sendo que o "orçamento para 2022 dotará de um fundo especial de um montante único de 100 mil milhões de euros", frisava Scholz. Parte desse dinheiro foi já reservado para a compra de 35 caças F-35 aos EUA.

A curto prazo, o objetivo será reforçar o flanco oriental da NATO, referia o social-democrata alemão Nils Schmid. Mas as capacidades de defesa da União Europeia também devem ser reforçadas com uma chamada «bússola estratégica», uma espécie de roteiro para a defesa e segurança.

Schmid, porta-voz para a política externa do SPD, explicava que "isso significa poder tomar medidas contra ameaças não militares à Europa: contra campanhas de desinformação, ciberataques". A denominada «bússola estratégica» serve para isso, "e a Alemanha e França devem utilizá-la para atingir, efetivamente, os" seus objetivos "nos próximos anos", acrescentava.

Mas a longo prazo, o desenvolvimento de uma política conjunta de defesa europeia, para não falar de um exército europeu, enfrentará desafios. Decidir que tipo de papel um exército como esse desempenharia ou qual seria o plano de ação não será fácil.

"Se a missão francesa na Líbia, por exemplo, tivesse sido uma potencial missão europeia, a Alemanha teria tido de participar. E isso teria sido muito difícil do ponto de vista alemão. Portanto, e de alguma forma, deverá ser possível votar sobre os procedimentos democráticos. Este é um desafio muito difícil de ultrapassar".
Stefan Seidendorf
Vice-diretor do Instituto Franco-alemão de Ludwigsburg

Mas por agora, e apesar de todos os olhos estarem virados para a Ucrânia, a Alemanha continua a acompanhar de perto as eleições presidenciais francesas. A correspondente da euronews em Berlim, Kate Brady, dizia que a "esperança, nos círculos governamentais de Berlim, é uma reeleição" de Emmanuel Macron e a continuação do trabalho de base feito com o novo chanceler alemão.

Outras fontes • Kate Brady

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