Refugiados ucranianos acolhidos na Suíça pela bisneta de Tolstoy

Marta Albertini, bisneta de Tolstoy, acolhe na Suíça refugiados ucranianos
Marta Albertini, bisneta de Tolstoy, acolhe na Suíça refugiados ucranianos Direitos de autor FABRICE COFFRINI/AFP or licensors
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De  Nara Madeira com AFP
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Marta Albertini, bisneta de Tolsty, assiste ao desfazer das malas de refugiados ucranianos carregadas de histórias de horror.

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Com o peso da responsabilidade que carrega nos ombros por ser bisneta de Leo Tolstoy, Marta Albertini acolhe, na Suíça, refugiados ucranianos que levam na bagagem histórias de horror. Esta descendente de um dos grandes mestres da literatura de todos os tempos ouve atenta e com preocupação os relatos de uma invasão protagonizada pelo país que viu nascer o seu bisavô.

Marta Albertini explicava à agência France Press que ao olhar, "olhos nos olhos", os recém-chegados - e que recebeu com uma tarte para um lanche à volta da mesa - viu tristeza e teve alguma dificuldade em colocar questões sem que parecesse intrusiva, como uma espécie de "voyeurismo".

Mas as palavras foram-se construindo, como o desfiar de um rosário, Anastasia Sheludko partilhava a sua experiência, como o dia em que acordou às cinco da manhã, em sobressalto, porque o aeroporto tinha sido bombardeado. Conseguiu ouvir a explosão, a uma grande distância, e depois o céu passou de azul a vermelho, o que a levou a repensar tudo porque "a vida já não é a mesma".

Chegar à Suíça foi um alívio enorme para esta jovem, grata pela "simpática e calorosa" receção. E ser acolhida pela bisneta de Tolstoi, autor que estudou na escola, foi uma "grande honra"

Marta Albertini, por seu lado, recebe com humildade as palavras e diz-se grata por ter um apartamento que lhe permite fazê-lo. Falava das muitas cartas e mensagens de felicitação pela iniciativa que recebeu mas para ela tratou-se de "instinto" apenas, e de oportunidade, nada mais.

Oportunidade que permitiu a Anastasia e à sua mãe encontrarem um porto seguro, o mesmo que procuraram os mais de 23 mil ucranianos que estão refugiados na Suíça, dos mais de quatro milhões que deixaram a Ucrânia na sequência da ofensiva russa.

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