O Tratado do Quirinal e o estado das relações franco-italianas

France 2022
France 2022 Direitos de autor euronews
Direitos de autor euronews
De  Giorgia OrlandiEuronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Segundo o embaixador da França na Itália, Christian Masset, "a autonomia estratégica é um objetivo que temos em comum, juntamente com a transição ecológica e digital."

PUBLICIDADE

Desde a nomeação de Mario Draghi como primeiro-ministro da Itália, a relação entre a Itália e a França está a entrar numa nova era. No ano passado, a assinatura do Tratado do Quirinal marcou um momento chave na relação entre Paris e Roma. O tratado era a única peça do puzzle que faltava para selar o pacto de amizade entre os dois países.

Segundo o embaixador da França na Itália, Christian Masset, "o tratado é um instrumento para firmar uma relação de longa data e comprova o início de uma nova era. O tratado, que está em vigor desde novembro passado, define o futuro quadro das relações", afirma o embaixador. "É um acordo de amizade que prevê programas ambiciosos de intercâmbio como forma de aprofundar o conhecimento mútuo dos dois países", acrescenta. Para além disso, também inclui projetos que, na sua opinião, "visam construir uma parceria bilateral reforçada que oferece aos dois países a oportunidade de construírem uma Europa mais forte".

Após o recente incidente diplomático entre os dois países, o novo acordo de cooperação em vários setores estratégicos, desde a defesa à política, ajuda a superar divergências ao nível bilateral e europeu.

Segundo o diretor de Estudos do Instituto de Estudos de Política Internacional (ISPI) , Antonio Villafranca, "a relação entre os dois países nunca esteve melhor. O incidente que levou a França a retirar o embaixador de Itália em 2019, quando o Movimento Cinco Estrelas apoiou os Coletes Amarelos, parece estar esquecido". Para Antonio Villafranca, "o tratado do Quirinal e, sobretudo, os interesses comuns reforçam as boas relações entre os dois países."

O tratado foi assinado num momento crucial para a Europa. A era da ex-chanceler alemã Angela Merkel estava a chegar ao fim e a nomeação do primeiro-ministro Mario Draghi trouxe ventos de mudança para a política italiana e europeia.

Os dois países parecem concordar mesmo quando se trata de questões económicas. Como países com um alto nível de dívida externa, têm uma posição comum relativamente à reforma das regras orçamentais da União Europeia. A linha franco-italiana está tambem a suportar o alcançe dos objetivos da presidência francesa do Conselho da União Europeia.

Para o embaixador da França na Itália, a relação entre os dois países é "fundamental para construir uma Europa mais forte, em especial depois do Brexit. Os dois países têm muito em comum e ambos querem uma Europa soberana. Como disse Mario Draghi, não pode haver soberania na solidão. A autonomia estratégica é um objetivo que temos em comum, juntamente com a transição ecológica e digital."

A guerra na Ucrânia está a pôr à prova a União Europeia, incluíndo as relações entre Paris e Roma. Segundo os analistas, a Europa tornou-se mais unida depois da guerra, uma guerra que se espera irá influenciar também os resultados incertos das presidenciais francesas.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Câmara de Itália rejeita moção de desconfiança contra Matteo Salvini e Daniela Santanchè

Elon Musk convidado para a festa de fantasia de Giorgia Meloni

Giorgia Meloni: Um ano ao leme de Itália